Cada
dia está mais difícil opinar sobre o cotidiano da minha cidade. São tragédias
humanas de todos os matizes e para todos os gostos.
Leio
agora na internet.
“Uma
lei complementar, sancionada pelo governador no dia 21 de dezembro do ano
passado, criou benefício de auxílio-transporte para procurador na ativa da
Procuradoria Geral do Estado (PGE) que pode chegar até R$ 4.6 mil por mês”.
Isso
significa que cada procurador necessita rodar, por dia, em Cuiabá, cerca de 400
km!
Como
o benefício atinge aproximadamente cinquenta funcionários, a repercussão em
valores no caixa do tesouro é bem significativa.
Nada
contra oferecer condições de trabalho e salários dignos aos funcionários
públicos para que eles retribuam com seu serviço de vigilantes do nosso erário.
Infelizmente,
recebemos em troca a ausência desse órgão fiscalizador e protetor dos atos do
governo.
Os
últimos exemplos são do domínio da mídia nacional, como o parecer para a compra
dos maquinários, a história conhecida como cartas marcadas e o estouro na
Secretaria de Fazenda do Estado.
O
povo está atônito com os acontecimentos que brotam na imprensa, sempre contra o
pagador de impostos.
Enquanto
isso, o transporte escolar fica sem gasolina, e não se cumpre a Constituição
Federal que obriga o Estado a não deixar nenhuma criança fora da escola, esteja
onde estiver.
A
criança que nasce longe das cidades está condenada ao analfabetismo por falta
de gasolina para um transporte que, às vezes, atinge mais de 60 km em velhos e
inseguros ônibus e em péssimas estradas.
A
Polícia Civil perdeu a guerra para o crime por falta de condições de locomoção.
Não há gasolina necessária na Secretaria de Segurança e na Polícia Militar para
perseguir os bandidos que tomaram conta deste Estado.
Muitos
pacientes do interior morrem por falta de transporte para centros médicos de
referência.
Os
curiosos poderão procurar esse presente de Natal no Diário Oficial.
Muitos
dirão que esses problemas não são da minha conta e que, desde que o mundo é
mundo, o poder sempre foi assim exercido.
Dá
uma vontade danada de escrever sobre a chuva que banha Cuiabá com os seus raios
e trovoadas. Daqui a pouco teremos alagamentos, desmoronamento de casas, desabrigados.
E o Corpo de Bombeiros será chamado.
Será
que no quartel existe gasolina para todos os carros?
Triste
realidade escrita por um cidadão brasileiro, que lamenta tantas distorções
produzidas pelo poder.
E
a gasolina continuará sendo assim distribuída?
Gabriel
Novis Neves
13-03-2012
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