Vou
aproveitar esse feriadão prolongado patrocinado pelo Rei Momo para os DAS, para
comprar um novo aparelho de televisão.
Embora
a minha atual TV seja nova, ela apresenta um problema técnico que ninguém
consegue resolver, muito menos decifrar.
As
imagens televisadas que recebo através nossos jornais locais devem ser de
outras partes do mundo, que nem sei identificar.
Um
amigo da padaria disse-me que tem viajado muito de carro pelo nosso Estado, e
que as nossas estradas estão excelentes, bem diferentes das existentes há dez
anos.
Tomo
o café da manhã assistindo ao noticiário da televisão. Raro é o dia em que o
assunto não seja o péssimo estado das nossas estradas.
Vejo
o abandono em que elas se encontram, praticamente sem possibilidades de
tráfico, e ouço depoimentos de caminhoneiros, passageiros e moradores, das mais
diversas regiões – unânimes na reclamação quanto à precariedade das estradas.
É
uma verdadeira lástima a cena, e constrangedor os depoimentos daqueles que
fazem o desenvolvimento deste Estado.
Essas
imagens, proibidas para maiores de idade e pagadores de impostos, são do
interior do Estado.
Somos
conscientes que muitas dessas obras foram superfaturadas - para manter a nossa
democracia, que é a melhor forma de governo para os ricos.
É
complicado falar das estradas, avenidas e ruas da Grande Cuiabá. “Caso de
polícia e justiça”, como disse certa vez um político mato-grossense.
O
Programa Oficial Tapa Buracos provou ser um verdadeiro desperdício de dinheiro
público. Andarilho da madrugada que sou, observei o número de vezes que essa
operação foi acionada, e o prazo de validade do serviço.
Próximo
à minha casa, nos últimos seis meses, três vezes os mesmos buracos foram
encobertos, e permanecem abertos. Fazer operação tapa buraco em uma cidade sem
rede de esgoto e saneamento básico é jogar dinheiro público pelo ralo.
Um
técnico do governo foi convidado por uma emissora de televisão para explicar a
pouca durabilidade desses remendos.
Ele
explicou que, nos locais sem asfalto e no tapa buraco, o governo utiliza apenas
dois centímetros de camada asfáltica. É o famoso asfalto abaixa poeira.
Pois
bem. Todos esses fatos eu vejo na minha televisão. Mas, como tenho alguns
amigos e conhecidos que insistem em dizer que tudo está na mais perfeita ordem
nas estradas e suas similares, acho que o problema é no meu aparelho de TV.
Interferências
ocultas, com certeza. Vou trocá-lo por um de imagem mais pura e real.
Gabriel
Novis Neves
06-02-2012
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