domingo, 22 de agosto de 2010

Recuperação

O meu Botafogo há duas semanas freqüentava a área de rebaixamento do Campeonato Brasileiro de Futebol. Aborrecido com a situação do meu time, tirei uns dias de licença médica - proibindo-me de assistir as partidas de futebol do Botafogo.

Vencida a licença, volto ao futebol. Encontro o meu Bota no grupo dos G-4, que são aqueles times que no ano que vem disputarão a Taça Libertadora da América, e depois o título mundial de clubes! Barbada pura para o timaço da estrela solitária, campeão desde 1910!

Sinto-me como em um país oriental, rico com a Taça de Campeão do Mundo Inter Clubes. Passa-me pela cabeça a cena da chegada triunfal do meu Botafogo no Rio de Janeiro. Aeroporto Tom Jobim lotado às quatro horas da manhã. Jogadores saindo por caminhos estratégicos. O Somália, estrela do conjunto, concedendo entrevista exclusiva para o Bom-Dia Brasil. Finalmente o início do monstruoso desfile no carro do Corpo dos Bombeiros do aeroporto até General Severiano, sede do Botafogo. Um grupo de pagode do morro Santa Martha anima a festa. Discursos, beijos e abraços acompanhados de choro. Uma conquista inesquecível! E o mais fanático dos fanáticos torcedores do time de Garrincha (eu), com atestado médico que me impediu de acompanhar a parte mais vibrante e emocionante do espetáculo - a grande virada!

Como todo botafoguense, também sou supersticioso. E já decretei para mim mesmo: daqui para frente não assistirei mais aos jogos do Fogão, para dar sorte.

Espero que a recuperação do Fogão não seja como aquele verso do Vinícius de Morais: “... que seja infinito enquanto dure.”


Gabriel Novis Neves (7.5 + 42)

17-08-2000

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