segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O combate

O debate-combate entre os candidatos ao governo do estado pela televisão foi muito interessante! Claro que depende do ângulo como foi observado. Achei hilariante! E, se já estava preocupado, fiquei mais ainda. O antigo cão – bate, hoje com a pomposa roupagem de debate - show, faz parte obrigatória das campanhas políticas. Não acredito que esses espetáculos produzidos pela mídia tenham alguma interferência no resultado das eleições. Os exemplos estão aí para confirmarem o que digo. Nos grotões e estados currais se ganha eleição, não pela televisão, mas com a mala, ou “Caixinha” - modinha imortal do Juca Chaves. Que o debate na televisão mostra a fraqueza humana na sua maior dimensão, e é engraçada - me desculpem, mas é.

O candidato que mais atropelou o português prometeu fazer da educação de qualidade a sua bandeira. Lembrou que não são mais aceitáveis esses resultados negativos que ostentamos na educação, onde a pior escola é a nossa, na avaliação do Ministério da Educação. Disse que hoje somos os campeões nacionais na produção de analfabetos funcionais, que não servem para nada. Na réplica um adversário político pergunta-lhe: “nem para ser governador?” Risos.

Outro apresenta como meta de governo, resolver o problema angustiante da saúde. E dá a receita. Substituir as pequenas e obsoletas ambulâncias, por ônibus gigantes com grande capacidade de transporte de pacientes para Cuiabá.

Um terceiro candidato, preocupado com o incêndio que destruiu Marcelândia, promete que no seu governo não haverá mais este tipo de desastre, pois o governo anterior destruiu toda a nossa floresta. As indústrias madeireiras causadoras das montanhas do pó de serra faliram por falta de matéria prima.

A segurança pública também foi debatida em alto nível, e a solução encontrada. Recolher ao quartel para combater o crime, todos os policiais que estão com desvio de função. Foi citado no debate que tem até coronel exercendo a função de cabo eleitoral! É o absurdo dos absurdos, não é?

Para atender as escolas sem professores, a solução de um candidato foi deslocar os DAS existentes em excesso, pois nesse governo de austeridade o seu número foi elevado de pouco mais de dois mil para sete mil aspones. São pessoas preparadas e muitas poderão contribuir com a nossa educação, especialmente no trabalho à distância.

No debate da televisão uns prometeram resolver os nossos urgente problemas, se forem eleitos. Aquele que pode resolver agora porque está lá, me decepcionou porque só terá condições de resolver os nossos problemas se conseguir a reeleição.

Essa foi a tônica do tão falado e esperado debate na TV. No máximo posso informar aos que não assistiram e foram informados como eu, que o ponto alto da festa foram as entrevistas individuais após o programa eleitoral. Todos satisfeitos, com jeito de vencedores, deixando aos seus disciplinados acompanhantes oficiais, maiores esclarecimentos.

Foi uma bela noite inútil! Só possível em programas políticos.


Gabriel Novis Neves (7.5 + 38)

13-08-2010

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