terça-feira, 3 de agosto de 2010

NÃO PERGUNTE

As academias de ginástica possuem inúmeros aparelhos, cada qual com uma função específica. Muitos nunca utilizei, por falta de orientação da minha professora. Também nunca perguntei o motivo. Sou e sempre fui disciplinado. Se a minha competente orientadora não me coloca em determinados aparelhos, ela sabe o porquê.

Mas na nossa vida, sempre existe aquele momento de bobeira. Estava eu um dia em um daqueles aparelhos para fortalecimento dos músculos da coxa. Ao meu lado encontrava-se uma menina muito conhecida minha – uma jovenzinha de seus dezoito, vinte anos de idade. Tenho por ela uma amizade paternal, e ela me chama de tio – simpática, pois poderia me chamar de avô. Ela trabalhava em um daqueles aparelhos que eu nunca usei. Aí veio a bobeira. Perguntei para ela: “- Engraçado, sou um veterano em academia e nunca me mandaram fazer esse exercício que você está fazendo, para que serve?” Ela sorriu meio gaiatamente e me reponde: “- O senhor não precisa tio. Este exercício é para endurecer o bumbum.” Gente! Não é que fiquei sem graça? Mas juro que fiquei, e acho que até meu rosto corou. Ela nem aí, e eu todo encabulado. Ela sorriu para mim e eu sorri com ela – mas assim que puder vou verificar se estou dentro do meu prazo de validade, ou se aquele sorrisinho gaiato era pra me sacanear.

Uma das sabedorias que aprendi em casa, para não passar por estas situações desconfortáveis - pelo menos para mim - é que em boca fechada não entra mosca. Às vezes por causa de uma simples perguntinha, você passa tanta vergonha com a resposta, “E a vergonha foi a herança maior que a minha mãe me deixou”.


Gabriel Novis Neves

26/03/2.010

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