terça-feira, 17 de agosto de 2010

A MILITÂNCIA

Em países democráticos o eleitor vota nos programas dos partidos, e não em candidatos. Isto tem um nome: educação política. A militância é o integrante do partido. O custo de uma eleição nos Estados Unidos é caríssimo pelo show-business que representam e o farto material de propaganda.

Aqui no Brasil não temos partidos políticos. Muitos candidatos profissionais disputam cada eleição por um partido, às vezes antagonistas ideológicos. Mas nada causa constrangimento a essa gente, que só visa defender seus interesses pessoais, ou de seus apoiadores. A desmoralização dos nossos políticos é tanta, que o eleitor não acredita naquilo que prometem. Muitos quando disputam uma eleição por um partido, já vendeu o seu passe para outra agremiação. Dos pedidores de votos, quase todos já disputaram eleições por vários partidos. Nunca dizem o verdadeiro motivo da sua infidelidade, e apresentam defesas não convincentes feitas pelos seus marqueteiros. É triste vermos essas caras na televisão. Causam repugnância e compaixão, pois desconhecem como são analisados pelo eleitor.

Nesse quadro, surge um subproduto dessa postura dos candidatos - o militante profissional! A militância desempenha importante papel em uma eleição. São os seus integrantes os responsáveis em colocar a campanha política nas ruas. Distribuem santinhos, tremulam bandeiras, vigiam as placas dos candidatos e cuidam do carro de som daquele candidato que o contratou. Toda essa movimentação é tão artificial que não convence nem ao eleitor mais desavisado.

Além dos militantes profissionais, temos os famosos cabos eleitorais - muito valorizados neste período. São verdadeiros enganadores que vendem um produto que não tem.

Nesse profissionalismo eleitoral as grandes estrelas são os marqueteiros. São gênios, com salários de príncipes do petróleo. Tem a tarefa de editar os programas de televisão, treinar os candidatos para o debate de ofensas pessoais e criar as famosas fotografias para os cartazes dos arrastões.

Está na hora de uma definição ideológica dos nossos candidatos. A política como instrumento de conquista social da sua gente não admite transformistas como nossos representantes – antigamente chamados de vira-casaca. O povo não merece esse tipo de políticos. Políticos não comprometidos com a verdade, prometendo justiça social e outras utopias. E como existem por aqui! Mas, infelizmente este tipo de político ainda existirá por um bom tempo ainda. Acredito, e não estou sozinho nessa crença, que para se corrigir este mal que tanto contribui para o atraso social do país, bastaria uma única arma: o título de eleitor. Cabe, portanto ao povo, politicamente educado, essa grandiosa tarefa redentora.

Gabriel Novis Neves (7.5 + 40)

15-08-2010

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