segunda-feira, 9 de agosto de 2010

FAÇA

“Faça o que digo e não o que faço.” Quem nunca ouviu este ditado? Entre os políticos então, é conceito universalmente aceito e divulgado. O “Faça o que digo,” é empregado com sucesso nos Estados Unidos, Europa, Ásia, Oriente Médio, Austrália, enfim onde existir vida humana - que vota.

Estou preparado para não enfrentar o intensivão programado até outubro do curso “Faça o que digo,” pelo rádio e televisão. Poderá ser ouvido e visto gratuitamente no programa do horário político dos partidos, ou coligações que disputarão as eleições. Chamei um técnico de televisão para me ajudar a resolver o problema de como não receber o sinal desse programa. Em poucos minutos ele fez o serviço, e depois me informou que colocou um dispositivo automático impossibilitando a chegada do sinal.

Porque não agem assim os nossos políticos? Encomendam aos técnicos a elaboração de fantásticos planos de governo. A maioria dos candidatos nunca leu o tal plano. Pelo menos aqui em Mato Grosso sempre foi assim. Depois, no governo são cobrados pelas promessas feitas, alguns as fazem até por escrito e registram em cartório. É a lei do “Faça o que digo” na prática. Há anos um candidato prometeu o céu para aos seus eleitores. Assumiu o poder e mandou todos para o inferno.

Então para que serve o programa eleitoral no rádio e televisão? Os ouvintes e telespectadores sabem que as promessas feitas, dificilmente serão cumpridas. O fazer dos poderosos é igual caixa-preta de avião. Nunca vi uma. Sei que todo avião tem uma, mas ela só aparece após o desastre. Quem trabalha em aeroporto sempre comenta sobre o estado das aeronaves. Quem habita a periferia do poder também capta rumores de um desastre abafado, ou uma tragédia prestes a acontecer. Geralmente acontecem, e o culpado já foi até premiado para assumir a culpa. Isso é o que fazem, e não o que dizem.

Recebi pelo correio uma correspondência oficial, com visual aceitável, produzido por uma gráfica. Na capa do encarte nome e telefone dos funcionários públicos que estariam à disposição dos usuários para quaisquer esclarecimentos. Pela leitura percebi tratar-se da lei “Faça o que digo.” Tentei fazer o teste da lei. Liguei para o número do celular dos dois funcionários. A resposta foi idêntica: fora da área. Tente depois. O assunto: tudo de mal que assola este país, a culpa é nossa. Em parte concordo. Somos os responsáveis pela escolha dos nossos representantes, mesmo conscientes que eles pregam o que não fazem.

Para derrotar os mentirosos, que nos fazem de otários, o momento está chegando. Vamos dar um basta e levar gente sem compromissos com o “Faça o que falo e não o que faço” para o exercício do poder. Os atuais merecem uma boa aposentadoria por relevantes serviços prestados à mentira.

Cara nova é o meu candidato.


Gabriel Novis Neves (7.5 + 27)

02-08-2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.