segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Esquecimento

Abro os jornais. As notícias são as de sempre: corrupção, traição, violência no campo e na cidade, estupro, pedofilia atingindo todas as classes sociais, filho matando pai, crianças fora das escolas, mãe matando filhos recém-nascidos, – e muito mais, muito mais notícias sórdidas e deploráveis. Será possível que não tenha nada de bom acontecendo por aqui? Até que tem. A euforia para sediar a Copa 2014, deu lugar a preocupações. E a bomba deve estourar, após as eleições. Diante desta triste realidade, vou circular em uma área perigosa para mim. Falar sobre esquecimento.

Como é grande o número de pessoas que se queixam que estão perdendo a memória! Estão esquecendo-se de fatos, datas, locais, nomes etc. Mal sabem elas, talvez por esquecimento, que este fenômeno é muito comum ocorrer entre as pessoas. Existem várias teorias tentando explicar a causa do esquecimento, que nada mais é que uma pane na nossa memória! Uns estudiosos culpam a falta de uso. Talvez estejam lembrando-se de uma crença antiga que dizia que o uso é que faz a função do órgão. Se fosse verdade... Bem, deixa pra lá. Outros defendem que a aquisição de novos conhecimentos, faz com que o cérebro elimine coisas antigas. A corrente majoritária no estudo para descobrir a causa do esquecimento defende que o fenômeno é provocado pelo passar dos anos! Faz parte do processo natural do ser humano.

O bom mesmo seria esquecer-nos dos horrores do nosso dia-a-dia. Esquecer... Uma dádiva que já perambulou pela mente de muitos dos nossos grandes pensadores. Senão vejamos:

Machado de Assis: “Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito.”

Miguel de Cervantes: “O esquecimento é um dom divino.”

Publílio Siro: “O esquecimento é o remédio para as perdas sofridas.”

Com o auxílio dessas máximas, já que a Medicina ainda desconhece a terapêutica para o fenômeno do esquecimento, sinto-me animado para concluir o meu trabalho.

Aos meus amigos esquecidos, que se sentem incomodados, aviso que é um processo do qual não se pode fugir. E para aqueles que querem esquecer prescrevo a receita de Immanuel Kant:

“Lembre-te de esquecer.”


Gabriel Novis Neves ( 7.5 + 24 )

30-07-2010

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