Vi
a maquete do novo Pronto Socorro de Cuiabá, projeto arquitetônico feito por uma
empresa baiana. É uma obra muito bonita.
A
licitação do necessário empreendimento social está prometida para hoje, dia
vinte e cinco de setembro, coincidentemente a dez dias das eleições gerais.
Só
tenho aplausos para a iniciativa, porém, sérias e pertinentes dúvidas.
O
projeto prevê o investimento de “setenta e cinco milhões de reais para a
construção”, e “vinte e cinco milhões” para equipamentos.
Esses
dados são oficiais, fornecidos pelo secretário municipal de saúde.
Temo
pelo nascimento de mais um esqueleto de tantos existentes por aqui e no Brasil.
A
nossa debilitada prefeitura só entrará (!) com vinte e cinco milhões de reais,
ou um quarto do valor da obra equipada.
Outros
setenta e cinco milhões de reais, posteriormente serão captados com doações do
governo do estado e federal.
Não
se falou na festa de apresentação da maquete, como ficarão os recursos para
custeio e manutenção do novo Pronto Socorro.
A
prefeitura não tem dinheiro para mantê-lo em condições aceitáveis de
atendimento.
O
governo do estado, não consegue nem repassar às prefeituras os recursos
constitucionais e a previsão para o próximo ano não é das melhores.
O
governo federal nem está aí para a nossa raquítica e frágil saúde publica,
vítima de inanição crônica de investimentos.
Como
não entendo da área jurídica, fico sem saber como uma obra dessa grandiosidade
e necessidade é lançada sem fontes de recursos para a sua conclusão e
funcionamento.
“Depois vamos ver” é adágio de antes da
criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Coisa do passado e pai dos milhares
de esqueletos de obras públicas.
Situação
pior é o exemplo do Hospital São Benedito em Cuiabá, onde milhões de reais
foram investidos na revitalização e ampliação de um hospital privado fechado há
anos.
O
governo paga um aluguel mensal de mais de cem mil reais aos proprietários do
imóvel e o mantém fechado, por não possuir recursos para custeio e manutenção
do mesmo.
Outros
esqueletos de hospitais existem no CPA e estrada de Santo Antônio.
Alguém
com credibilidade e não envolvido emocionalmente no processo eleitoral, tem a
obrigação de explicar ao nosso povo, como viabilizarão recursos para
transformar em realidade esse sonho dos cuiabanos e mato-grossenses que é o de
ter o seu moderno e eficiente Pronto Socorro.
Gabriel
Novis Neves
18-09-2014
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