segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O que é certo


Michael J. Sandel é um dos mais importantes filósofos da sua geração. Nascido em 1953, há duas décadas leciona na Universidade de Harvard sobre o que é fazer a coisa certa.
Nossa cabeça está povoada de indagações, tais como:
 “O governo deveria taxar os ricos para ajudar os pobres”?
 “O mercado livre é justo”?
 “Às vezes é errado dizer a verdade”?
 “Matar é, em alguns casos, moralmente justificável”?
 “É possível ou desejável legislar sobre a moral”?
 “Os direitos individuais e o bem comum estão necessariamente em conflito”?
O livro mostra como a filosofia pode nos ajudar a entender e rever nossas convicções.
Neste momento de desordem social por que passamos, com dúvidas, inclusive, se a justiça é mesmo para todos, conhecimentos de filosofia nos ajudam a entender o cenário político desta nação.
Precisamos compreender o significado de justiça. A luta por ela está basicamente centrada em torno de três ideais: aumentar o bem-estar das pessoas, respeitar a liberdade e promover a justiça, nos ensina o mestre de Harvard.
Frequentemente, equiparamos o bem-estar à prosperidade econômica, embora bem-estar tenha um conceito mais amplo,  que pode incluir aspectos não econômicos  do bem-estar social, conclui o professor Sandel.
Quando ele se refere à justiça como instrumento de virtude, na verdade está chamando a atenção para a ganância, que é um defeito moral, um modo mau de ser, especialmente quando torna as pessoas indiferentes ao sofrimento alheio.
Mais que um defeito pessoal, ela se contrapõe à virtude cívica. Em tempos de dificuldades uma boa sociedade deve se manter unida, em vez de fazer pressão para obter mais vantagens.
A ganância excessiva é um vício que a boa sociedade deve desencorajar, na medida do possível. A discussão sobre a virtude que se apoia na ganância é uma falha moral.
Mas, quem deve julgar o que é virtude e vício?
Aristóteles ensina que a justiça significa dar às pessoas o que elas merecem.
Para ele a lei não pode ser neutra no que tange à qualidade de vida.
É profunda a convicção de que justiça envolve virtude e escolha.
Devemos meditar sobre a justiça para levar-nos, inevitavelmente, a refletir sobre a melhor forma de viver.
Indagar sempre é uma maneira de avançar.

Gabriel Novis Neves
23-08-2014

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