Michael
J. Sandel é um dos mais importantes filósofos da sua geração. Nascido em 1953,
há duas décadas leciona na Universidade de Harvard sobre o que é fazer a coisa
certa.
Nossa
cabeça está povoada de indagações, tais como:
“O governo deveria taxar os ricos para ajudar
os pobres”?
“O mercado livre é justo”?
“Às vezes é errado dizer a verdade”?
“Matar é, em alguns casos, moralmente
justificável”?
“É possível ou desejável legislar sobre a
moral”?
“Os direitos individuais e o bem comum estão
necessariamente em conflito”?
O
livro mostra como a filosofia pode nos ajudar a entender e rever nossas
convicções.
Neste
momento de desordem social por que passamos, com dúvidas, inclusive, se a
justiça é mesmo para todos, conhecimentos de filosofia nos ajudam a entender o
cenário político desta nação.
Precisamos
compreender o significado de justiça. A luta por ela está basicamente centrada
em torno de três ideais: aumentar o bem-estar das pessoas, respeitar a
liberdade e promover a justiça, nos ensina o mestre de Harvard.
Frequentemente,
equiparamos o bem-estar à prosperidade econômica, embora bem-estar tenha um
conceito mais amplo, que pode incluir
aspectos não econômicos do bem-estar
social, conclui o professor Sandel.
Quando
ele se refere à justiça como instrumento de virtude, na verdade está chamando a
atenção para a ganância, que é um defeito moral, um modo mau de ser,
especialmente quando torna as pessoas indiferentes ao sofrimento alheio.
Mais
que um defeito pessoal, ela se contrapõe à virtude cívica. Em tempos de
dificuldades uma boa sociedade deve se manter unida, em vez de fazer pressão
para obter mais vantagens.
A
ganância excessiva é um vício que a boa sociedade deve desencorajar, na medida
do possível. A discussão sobre a virtude que se apoia na ganância é uma falha
moral.
Mas,
quem deve julgar o que é virtude e vício?
Aristóteles
ensina que a justiça significa dar às pessoas o que elas merecem.
Para
ele a lei não pode ser neutra no que tange à qualidade de vida.
É
profunda a convicção de que justiça envolve virtude e escolha.
Devemos
meditar sobre a justiça para levar-nos, inevitavelmente, a refletir sobre a
melhor forma de viver.
Indagar
sempre é uma maneira de avançar.
Gabriel
Novis Neves
23-08-2014
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