O próprio sentido da palavra já é questionável para os habitantes do planeta Terra.
Como
prever alguma coisa nesse mundo de incertezas que vivenciamos todos?
Talvez
seja até isso o que torna a vida tão fascinante.
Apenas
os muito ansiosos passam a vida tentando explicar e administrar todos os
acontecimentos à sua volta.
Vivemos
de momentos, e não de fórmulas resolvidas visando o bem-estar perene.
Muito
sofrem os que visam controlar e gerenciar as emoções e as experiências alheias.
Fazer isso com as nossas próprias já é uma tarefa quase impossível.
Como
faz parte da nossa genética procurar zonas de conforto, absorvemos mal os
imprevistos, pois não somos condicionados a acreditar que viver é sempre correr
grandes riscos.
Somos,
ao contrário, levados a buscar a felicidade nos velhos aprendizados das belas
histórias do “felizes para sempre”.
A
decepção é inevitável na vida adulta quando descobrimos que não é assim que
funciona a engrenagem.
A
tão falada sabedoria da velhice está apenas na capacidade que adquirimos em não
brigar com o novo. É exatamente aprender
nessa metamorfose diária que permite que nos tornemos pessoas mais
tranquilas.
Os
idosos, como têm muito mais passado que futuro, passam a escancarar o presente
com toda a sua força, vivendo dessa maneira mais intensamente, pelo menos
mentalmente, os que conseguiram
conservar as suas faculdades.
Passam
a não se levar tão a sério, na profunda compreensão de que somos apenas poeiras
no espaço movido por energias incontroláveis.
Benditas
palavras: “ah, se os jovens soubessem e os velhos pudessem”...
A
juventude com a sua sofreguidão vive de planos preestabelecidos como imutáveis
e, por isso, se frustra tão mais frequentemente.
A
vida nos ensina que cada pessoa é única na sua individualidade. Tentar mudá-la
é mais difícil que quebrar um átomo de
carbono.
Tudo
o que temos de fazer é entendê-la e respeitá-la, tendo em vista as
limitações e os vários imprevistos que
moldam as nossas vidas e pelos quais não temos a mais remota responsabilidade,
mas que, com certeza, vão marcar para sempre os nossos comportamentos.
Gabriel
Novis Neves
20-09-2014
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