terça-feira, 2 de setembro de 2014

LAVOISIER


Pensando no nosso futebol, lembrei-me da frase popular que imortalizou o químico francês Lavoisier há cerca de 200 anos: “Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.
No entanto, nos tempos atuais, nada se transforma e tudo se perde - principalmente no mundo do futebol. Não há renovação nesse sistema fechado de interesses pessoais, políticos e comerciais.
O futebol nos oferece o exemplo mais didático para a compreensão desse fenômeno em que tudo se perde.
Patrocinamos, em momento inoportuno, uma imperial Copa do Mundo, cujo objetivo era a conquista do troféu perdido em 1950 no Maracanã para os uruguaios de Obdúlio Varela.
Escolhemos para essa façanha um antigo treinador para orientar os milionários meninos da seleção brasileira, a maioria jogadores de times estrangeiros.
O resultado foi o desempenho medíocre do nosso time, cujo ápice foi a derrota vergonhosa e humilhante por 7x1 no Mineirão diante do futebol sério e responsável dos alemães.
Pois bem. Menos de um mês após essa catástrofe, o comandante dos ex-canarinhos, sumariamente demitido da seleção brasileira por incompetência, foi contratado por um dos clubes da elite do nosso futebol com salário não divulgado.
Curioso é que os grandes times que participam do campeonato nacional têm como técnicos aqueles mesmos que, há dezenove anos, exerciam nesses clubes de agora, a mesma função.
Nada mudou, nada se criou e nada se transformou. O mundo do futebol é fechado, e as transformações não são admitidas - apenas fórmulas para os lucros exorbitantes das suas competições, onde tudo é estudado e implantado para esse fim.
Gostaria de saber por que os profissionais das áreas de Educação Física e Esporte, formados em Universidades conceituadas, não são sequer cogitados para entrarem no mundo do futebol.
Eles possuem conhecimento em avançadas técnicas e táticas esportivas compatíveis com o mundo moderno – altamente competitivo.
Alemanha, Argentina e Holanda na última Copa deram um show de disciplina tática e estratégias num esporte coletivo e competitivo.
Praticamos ainda um futebol em que dez atletas estão em campo, mas, para jogar mesmo, contamos com apenas um.
Este quadro tem de ser urgentemente alterado - a começar pelo comando da Seleção Brasileira.
Se forem insistir na contratação de velhos perdedores, a conquista de troféus ficará a cada dia mais distante.

Gabriel Novis Neves
01-08-2014

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