Pensando
no nosso futebol, lembrei-me da frase popular que imortalizou o químico francês
Lavoisier há cerca de 200 anos: “Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo
se transforma”.
No
entanto, nos tempos atuais, nada se transforma e tudo se perde - principalmente
no mundo do futebol. Não há renovação nesse sistema fechado de interesses
pessoais, políticos e comerciais.
O
futebol nos oferece o exemplo mais didático para a compreensão desse fenômeno
em que tudo se perde.
Patrocinamos,
em momento inoportuno, uma imperial Copa do Mundo, cujo objetivo era a
conquista do troféu perdido em 1950 no Maracanã para os uruguaios de Obdúlio
Varela.
Escolhemos
para essa façanha um antigo treinador para orientar os milionários meninos da
seleção brasileira, a maioria jogadores de times estrangeiros.
O
resultado foi o desempenho medíocre do nosso time, cujo ápice foi a derrota
vergonhosa e humilhante por 7x1 no Mineirão diante do futebol sério e
responsável dos alemães.
Pois
bem. Menos de um mês após essa catástrofe, o comandante dos ex-canarinhos,
sumariamente demitido da seleção brasileira por incompetência, foi contratado
por um dos clubes da elite do nosso futebol com salário não divulgado.
Curioso
é que os grandes times que participam do campeonato nacional têm como técnicos
aqueles mesmos que, há dezenove anos, exerciam nesses clubes de agora, a mesma
função.
Nada
mudou, nada se criou e nada se transformou. O mundo do futebol é fechado, e as
transformações não são admitidas - apenas fórmulas para os lucros exorbitantes
das suas competições, onde tudo é estudado e implantado para esse fim.
Gostaria
de saber por que os profissionais das áreas de Educação Física e Esporte,
formados em Universidades conceituadas, não são sequer cogitados para entrarem
no mundo do futebol.
Eles
possuem conhecimento em avançadas técnicas e táticas esportivas compatíveis com
o mundo moderno – altamente competitivo.
Alemanha,
Argentina e Holanda na última Copa deram um show de disciplina tática e
estratégias num esporte coletivo e competitivo.
Praticamos
ainda um futebol em que dez atletas estão em campo, mas, para jogar mesmo,
contamos com apenas um.
Este
quadro tem de ser urgentemente alterado - a começar pelo comando da Seleção
Brasileira.
Se
forem insistir na contratação de velhos perdedores, a conquista de troféus
ficará a cada dia mais distante.
Gabriel
Novis Neves
01-08-2014
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