Tanta
tecnologia, tantas novas descobertas e avanços, não parecem desestimular
os distúrbios mundiais, cada vez mais acirrados e disseminados.
Cenas
de violência se propagam pelo mundo afora, como uma epidemia.
Afinal,
será que em algum momento, a humanidade viveu momentos de paz, onde
predominassem o amor e a ternura?
A
história denuncia que não.
Nos
dias atuais, a praga da violência se dissemina com a velocidade de uma
infecção virótica.
Conflitos
violentos na Síria, no Paquistão, no Afeganistão, na Ucrânia, na Tailândia, na
Faixa de Gaza, têm ceifado a vida de milhares de pessoas e não
parecem ter solução, apesar da forte repressão policial. É como se a
perda de vidas, cada vez maior, não interessasse a mais ninguém, nem aos
próprios defensores de seus ideais.
Até
a América Latina, depois de algumas décadas sem maiores tumultos, começa a
viver momentos angustiantes.
As
crises econômicas sucessivas e a demanda cada vez maior por igualdade social,
aliadas a governantes e políticos despreparados e pouco
compromissados com a lisura das contas públicas, têm sido as maiores
causas desses fenômenos.
Os
nossos hermanos argentinos, ora mergulhados numa profunda crise
econômica, já ameaçam desestabilizar todo um grande bloco que com eles mantêm
relações de importação e exportação. Isso sem falar no caos financeiro que já
assola todo o país.
A
Venezuela, apesar de líder em número de eleições na América do Sul, enfrenta
problemas graves, exacerbados pela presença de cerca de trinta partidos
de oposição, que também disputam o poder entre si. Com tantas incongruências,
as manifestações de rua são cada vez mais intensas e de mais difícil
entendimento, dadas as inúmeras correntes de interesses.
Nós
aqui, até então tidos como os mais ordeiros e os mais pacíficos, já não nos
apresentamos mais com o mesmo perfil , e a violência e os protestos de rua tem
sido constantes nos últimos meses , apesar de minimizados pelos poderes
constituídos.
Entretanto,
a população das grandes cidades brasileiras, já mudou a sua rotina de vida,
principalmente no tocante à sua liberdade de ir e vir. Ruas desertas, assim que
o sol se põe, mesmo nas cidades consideradas de veraneio, são o termômetro
dessas mudanças.
Praias
atemorizadas pelos arrastões de fim de semana, já são uma realidade no Rio de
Janeiro, outrora cantadas em verso e prosa como berço de tranquilidade e
beleza.
Isso
sem falar dos rolezinhos nos shoppings, enfim situações nunca antes vividas
pelos cariocas.
O
mais inusitado, é que o poder político, em todos os recantos do mundo, tem se
mostrado absolutamente ineficaz no combate a esses novos comportamentos da
“carneirada”.
O
advento da era digital trouxe uma conscientização súbita das massas populares e
de toda a força que delas pode emanar, mesmo sem a necessidade de líderes, fato
historicamente novo.
O
momento mundial não é mais de coibir, mas de uma ação rápida, intensa e
progressiva nas revisões econômicas sociais que diminuem as fortes
desigualdades que permeiam o planeta terra.
Penso
que os poderes constituídos ainda não avaliaram bem a premência dessas
mudanças, permanecendo inertes quanto à manutenção de seus privilégios.
Países
mais desenvolvidos tais como a Suécia, a Dinamarca, a Holanda, fabricam
políticos que funcionam como cidadãos comuns, vivendo em habitações de classe
média, usando transporte coletivo, desfrutando de seus soldos para
entretenimento e tendo salários compatíveis com as funções que exercem
prazerosamente.
Sistemas
de saúde e de educação de boa qualidade para todos, mantêm a população em
níveis satisfatórios de vida.
Imagino
que o momento é menos de repressão e mais de reformas urgentes que nos coloquem
à altura dos avanços tecnológicos observados em todas as áreas e que viraram
sonho de consumo para todos e não para uma minoria acobertada por privilégios
de todo o tipo, que se locupleta cada vez mais do nosso erário.
O
momento lúcido é de perder alguns anéis, e não como tudo indica, todos os
dedos...
Gabriel
Novis Neves
03-09-2014
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