segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Responsabilidade


É um termo que deveria ser retirado dos nossos dicionários pelo seu desuso. Lendo os jornais da cidade, fiquei espantado com a total falta de responsabilidade na execução das obras da Copa.
Projetos feitos às pressas para efeito eleitoreiro, falta de planejamento e fiscalização, cronogramas de execução das obras com prazos não respeitados e o famoso jogo de cartas marcadas com os consórcios vencedores do pregão administrativo.
Alguns desses projetos, de tão mal elaborados, tiveram de ser totalmente revistos pelos técnicos das firmas vencedoras.
É o caso da Arena Pantanal. As reformulações e consequentes aditivos dobraram o seu custo inicial.
E todas essas lambanças foram feitas com o dinheiro do contribuinte mato-grossense.
O trevo do bairro Santa Rosa, a obra de maior visibilidade urbana, teve o seu projeto original totalmente alterado por barbaridades técnicas.
No momento a obra está paralisada e corre o risco de desabamento.
O viaduto da SEFAZ, pomposamente “inaugurado” há seis meses, está interditado com risco de cair. Os técnicos colocaram escoras enquanto decidem se remendam ou implodem para fazer um novo.
O elevado da universidade (UFMT) também apresenta problemas na sua estrutura.
Os vinte e três quilômetros de trilhos por onde correrá o bondinho do VLT, projeto de um bilhão e quinhentos milhões de reais, segundo previsões otimistas, será entregue à nossa população na festa de trezentos anos de Cuiabá, em dois mil e dezenove.
A reforma do nosso raquítico Aeroporto Internacional (?) foi um fiasco. O seu teto foi para os ares na primeira chuva com ventania.
Muitos projetos não saíram do papel, como na área do turismo, e outros ficaram incompletos, como os Centros de Treinamento.
Todas essas irregularidades foram denunciadas pelo Ministério Público, Tribunal de Contas, CREA, a população independente e os “Profetas do Atraso”.
A irresponsabilidade dos nossos dirigentes públicos não ouviu o clamor das ruas!
Resta-nos agora esperar a punição para os culpados e o ressarcimento do nosso dinheiro jogado no esgoto da irresponsabilidade.
Temos de recuperar a nossa tradicional responsabilidade com a coisa pública, sequestrada pelos modernos gestores.
Se assim não o fizermos, estaremos condenados a desaparecer como civilização.

Gabriel Novis Neves
03-09-2014

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