quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Ficou fácil


Muitos eleitores, decepcionados com o rumo da nossa política e com o descaso e despreparo dos nossos governantes, tinham resolvido votar em branco, anular o voto, votar em um candidato não competitivo como protesto ou, simplesmente, não comparecerem às urnas.
No entanto, após a morte do jovem líder pernambucano candidato à Presidência da República, no acidente aéreo em Santos, o panorama político se alterou.
Assume o seu lugar a vice Marina Silva.
Em quinze dias a, aparentemente frágil, Marina, altera completamente o tabuleiro eleitoral. No primeiro turno empata com a candidata da situação à reeleição.
Numa simulação das duas para o segundo turno, a acreana coloca dez pontos de diferença na sua oponente, segundo pesquisa feita pelo IBOPE.
Isso não significa que a eleição está definida, mas soou como um alerta entre os governistas.
Um evento da multinacional FMC estava sendo realizado na Argentina com a presença de políticos de expressão e empresários.
Mesmo em território estrangeiro o detentor de inúmeros troféus do agronegócio não suportou o golpe da pesquisa e descarregou toda a sua pesada artilharia contra a ética ex-senadora e Ministra do Meio Ambiente.
Marina nunca derrubou uma árvore da Floresta Amazônica onde nasceu e, ao lado do Chico Mendes, enfrentou interesses poderosos contra o desmatamento indiscriminado. Também nunca respondeu a um processo na Polícia Federal por descumprir a ética.
É reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho em defesa do meio ambiente.
“Messiânica, personalista, teimosa e dissimulada” foram os elogios que recebeu do representante do agronegócio de Mato Grosso.
Em contrapartida, ex-ministros, como o da Fazenda e o da Agricultura, com grande credibilidade internacional, disseram em plenário que são grandes as chances da Marina se eleger no próximo pleito.
Essas autoridades procuraram acalmar o ambiente ao afirmar que o setor do agronegócio não tem o que temer com a vitória da fundadora da Rede Sustentabilidade, pois ela costuma cumprir os acordos firmados.
Os benefícios federais ao agronegócio avançaram muito em termos de financiamentos oficiais e logística. Foi o segmento mais privilegiado nestes últimos doze anos.
O temor do nosso representante é tanta, que prometeu fundar um Comitê suprapartidário para captar dinheiro para a reeleição da presidente.
Acredita que o vil metal compra votos, para não dizer consciências.
O candidato da presidente atual, e do seu inventor para governador do Estado, não conta com a simpatia do congressista.
Agora a escolha para votar em um candidato à Presidência da República, ficou fácil.
Basta escolher a candidata agredida.

Gabriel Novis Neves
02-09-2014

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