Muitos
eleitores, decepcionados com o rumo da nossa política e com o descaso e
despreparo dos nossos governantes, tinham resolvido votar em branco, anular o
voto, votar em um candidato não competitivo como protesto ou, simplesmente, não
comparecerem às urnas.
No
entanto, após a morte do jovem líder pernambucano candidato à Presidência da
República, no acidente aéreo em Santos, o panorama político se alterou.
Assume
o seu lugar a vice Marina Silva.
Em
quinze dias a, aparentemente frágil, Marina, altera completamente o tabuleiro
eleitoral. No primeiro turno empata com a candidata da situação à reeleição.
Numa
simulação das duas para o segundo turno, a acreana coloca dez pontos de
diferença na sua oponente, segundo pesquisa feita pelo IBOPE.
Isso
não significa que a eleição está definida, mas soou como um alerta entre os
governistas.
Um
evento da multinacional FMC estava sendo realizado na Argentina com a presença
de políticos de expressão e empresários.
Mesmo
em território estrangeiro o detentor de inúmeros troféus do agronegócio não
suportou o golpe da pesquisa e descarregou toda a sua pesada artilharia contra
a ética ex-senadora e Ministra do Meio Ambiente.
Marina
nunca derrubou uma árvore da Floresta Amazônica onde nasceu e, ao lado do Chico
Mendes, enfrentou interesses poderosos contra o desmatamento indiscriminado.
Também nunca respondeu a um processo na Polícia Federal por descumprir a ética.
É
reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho em defesa do meio ambiente.
“Messiânica,
personalista, teimosa e dissimulada” foram os elogios que recebeu do
representante do agronegócio de Mato Grosso.
Em
contrapartida, ex-ministros, como o da Fazenda e o da Agricultura, com grande
credibilidade internacional, disseram em plenário que são grandes as chances da
Marina se eleger no próximo pleito.
Essas
autoridades procuraram acalmar o ambiente ao afirmar que o setor do agronegócio
não tem o que temer com a vitória da fundadora da Rede Sustentabilidade, pois
ela costuma cumprir os acordos firmados.
Os
benefícios federais ao agronegócio avançaram muito em termos de financiamentos
oficiais e logística. Foi o segmento mais privilegiado nestes últimos doze
anos.
O
temor do nosso representante é tanta, que prometeu fundar um Comitê
suprapartidário para captar dinheiro para a reeleição da presidente.
Acredita
que o vil metal compra votos, para não dizer consciências.
O
candidato da presidente atual, e do seu inventor para governador do Estado, não
conta com a simpatia do congressista.
Agora
a escolha para votar em um candidato à Presidência da República, ficou fácil.
Basta
escolher a candidata agredida.
Gabriel
Novis Neves
02-09-2014
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