segunda-feira, 15 de setembro de 2014

ÁGUA MOLE


Existe um adágio popular que diz: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Muitos acreditam nesse provérbio, e me incluo entre eles.
Todos os meses eu escrevo e publico artigos sobre a lamentável situação em que se encontra o nosso ensino nos seus três níveis: fundamental, médio e superior.
Montamos a maior fábrica de analfabetos funcionais do mundo com a qualidade de ensino ofertado aos nossos alunos.
A criança não aprende nada no ensino fundamental, é promovido ao ensino médio, embora muitos desistam de perder tempo nas tais escolas públicas.
O ensino médio, ineficiente em vagas, agradece àqueles que ficam na estrada, que representa o gargalo de acesso ao ensino superior, onde boa parcela deles termina essa etapa sem conseguir fazer as quatro operações aritméticas.
Um considerável número desses alunos é incapaz de interpretar um texto!
O ensino superior, por ausência do governo, tem na iniciativa privada a supremacia de formar, e bem, profissionais de nível superior.
Estas faculdades particulares oferecem centenas de cursos de “cuspe e giz” e as chamadas faculdades “nobres”, como a de medicina, mas, cobram mensalidades inacessíveis à maioria da população brasileira que empobreceu.
As poucas universidades públicas que oferecem os tais “nobres” cursos por mérito, não permite o ingresso do aluno egresso do sistema público de ensino, por deficiência de aprendizado.
Então o governo oferece as mais variadas vagas para bolsistas com a justificativa de corrigir erros históricos, e cria uma injustiça social impedindo os mais preparados academicamente a ingressarem em universidades públicas, onde o ensino é gratuito e geralmente de melhor qualidade.
O poder público não tem vontade política para corrigir as falhas do nosso ensino básico, obrigando, com essa visão míope, que as universidades coloquem no mercado de trabalho os analfabetos funcionais com anel de graduação.
O Ministério da Educação divulgou o último resultado da avaliação do ensino médio no Brasil.
Para a nossa vergonha, o nosso Estado ocupa o penúltimo lugar na tabela de classificação!
Enquanto isso estoura o escândalo na Petrobrás envolvendo dinheiro público para fins não éticos.
Tomou outro rumo, segundo investigações, o dinheiro que deveria ser mais bem empregado para a melhoria do nosso ensino.
A Revista Veja divulga a relação dos supostos autores dessa subtração orçamentária composta da elite política desta nação.
Mais uma humilhação nacional descoberta em momento oportuno.
Pelo voto de coligação e preço elevado será que há possibilidade de banir essa gente da vida pública?
Coragem, brasileiros!

Gabriel Novis Neves
06-09-2014

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