Se há um impossível de se ignorar, por ser a paixão do
nosso povo, é o futebol.
Após a conquista do pentacampeonato na Coréia do Sul e,
apesar de todos os esforços dos nossos patriotas torcedores, insuflados pelo
interminável, e ganhador de todos os prêmios de “simpatia esportiva” - o
locutor chefe da emissora do plim-plim -, não há como esconder, no mundo
globalizado de hoje, são fortes os traços de decadência no esporte no qual
já fomos os melhores do mundo.
Os campeonatos nacionais dos melhores países nesse
esporte são transmitidos ao vivo, a cores e em tempo real para todo o mundo.
O abismo técnico entre os chamados grande times
brasileiros e os europeus, principalmente, não se discute.
Os do velho continente são infinitamente superiores,
produzindo o espetáculo arte sempre em estádios lotados de torcedores.
A nossa seleção canarinho, outrora invencível, virou
saco de pancadas, inclusive para seleções de países onde o futebol não é o
esporte preferido da multidão.
O nosso penta Rivelino, criador do drible mais lindo do
mundo e que tinha um canhão nos pés, tal a potência dos seus chutes, após
assistir ao jogo do Brasil contra a modesta seleção do Chile - onde a grande
especialidade é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o combate à
corrupção - comentou que “sentiu dó” da seleção.
Estamos em queda livre no futebol, saúde, educação,
tecnologia, inovações, segurança, infraestrutura, cidadania, qualidade de vida
e outras conquistas sociais e econômicas do mundo competitivo.
Aconteceu com o nosso outrora incomparável futebol o
mesmo processo biológico que acompanha os seres humanos, onde “só a vida existe
e a morte acontece”.
Terminou motivado pela combinação de múltiplos fatores
a vida do nosso futebol.
Interesses políticos, poder, corrupção, mercantilismo,
são fatores incompatíveis com a arte.
Assim finalizou melancolicamente a vida do nosso
futebol. Suas cinzas são veladas nos campeonatos regionais e nacionais com
estádios vazios.
Para os meus netos embalo a seguinte historinha para
fazê-los dormir:
Era uma vez um país pentacampeão do mundo de futebol,
transformado em sede de torneios internacionais do esporte predileto do povo
brasileiro.
Gabriel
Novis Neves
25-04-2013
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