terça-feira, 30 de abril de 2013

RETROCESSO


Se há um impossível de se ignorar, por ser a paixão do nosso povo, é o futebol.
Após a conquista do pentacampeonato na Coréia do Sul e, apesar de todos os esforços dos nossos patriotas torcedores, insuflados pelo interminável, e ganhador de todos os prêmios de “simpatia esportiva” - o locutor chefe da emissora do plim-plim -, não há como esconder, no mundo globalizado de hoje, são fortes os traços de decadência no esporte no qual já fomos os melhores do mundo.
Os campeonatos nacionais dos melhores países nesse esporte são transmitidos ao vivo, a cores e em tempo real para todo o mundo.
O abismo técnico entre os chamados grande times brasileiros e os europeus, principalmente, não se discute.
Os do velho continente são infinitamente superiores, produzindo o espetáculo arte sempre em estádios lotados de torcedores.
A nossa seleção canarinho, outrora invencível, virou saco de pancadas, inclusive para seleções de países onde o futebol não é o esporte preferido da multidão.
O nosso penta Rivelino, criador do drible mais lindo do mundo e que tinha um canhão nos pés, tal a potência dos seus chutes, após assistir ao jogo do Brasil contra a modesta seleção do Chile - onde a grande especialidade é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o combate à corrupção - comentou que “sentiu dó” da seleção.
Estamos em queda livre no futebol, saúde, educação, tecnologia, inovações, segurança, infraestrutura, cidadania, qualidade de vida e outras conquistas sociais e econômicas do mundo competitivo.
Aconteceu com o nosso outrora incomparável futebol o mesmo processo biológico que acompanha os seres humanos, onde “só a vida existe e a morte acontece”.
Terminou motivado pela combinação de múltiplos fatores a vida do nosso futebol.
Interesses políticos, poder, corrupção, mercantilismo, são fatores incompatíveis com a arte.
Assim finalizou melancolicamente a vida do nosso futebol. Suas cinzas são veladas nos campeonatos regionais e nacionais com estádios vazios.
Para os meus netos embalo a seguinte historinha para fazê-los dormir:
Era uma vez um país pentacampeão do mundo de futebol, transformado em sede de torneios internacionais do esporte predileto do povo brasileiro.

Gabriel Novis Neves
25-04-2013

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