Saio
de casa pela manhã e, instintivamente, ao entrar no carro, ligo “na rádio que
toca notícias” para me informar sobre os últimos acontecimentos - que estão
sempre relacionados a fatos desagradáveis.
Coincidentemente,
nesse horário entra no ar o Programa “Bom Dia Governador”.
Interessante
ouvi-lo. Ficamos sabendo das boas notícias que acontecem por aqui e que ninguém
divulga.
É
uma verdadeira injeção de autoestima. O governo está avançando (termo moderno)
em todos os setores da administração pública, e ninguém percebe, ou, se
percebe, fica calado.
Uma
das preocupações, vamos dizer de segunda linha de prioridades da nossa gente, é
com relação ao desperdício da nossa fabulosa riqueza natural não explorada por
falta de infraestrutura para o turismo.
Daqui
a poucos meses Cuiabá sediará um grande evento internacional: a Copa do Mundo.
Amantes do futebol de todo o planeta virão para essa festa esportiva e, por que
não?, também fazer turismo.
A
Globo Internacional transmitiu o desfile das Escolas de Samba, a maior e
principal vitrine do carnaval brasileiro. Bilhões de telespectadores assistiram
ao espetáculo da Sapucaí, e tomaram conhecimento das nossas belezas naturais.
Durante
oitenta minutos o mundo conheceu um “Paraíso no Centro da América – Cuiabá”.
Impossível
não despertar a curiosidade de centenas de milhares de pessoas para esse novo
achado geográfico.
Tenho
certeza que muitos dos nossos irmãos farão de tudo para nos visitar.
Internacionalmente
Cuiabá é conhecida como a capital que dá acesso a Chapada dos Guimarães. É
também a porta de entrada para o Pantanal, Amazônia e Cerrado.
Pelo
que ouvi pelo rádio, o setor de turismo foi um dos que mais avançou nesses
últimos quatro anos.
A
Secretaria de Turismo foi incansável na divulgação das nossas belezas, tanto no
Brasil como no exterior.
Agora
nos resta paciência para colher os frutos, digo, euros e dólares.
A
preocupação do nativo é com aquilo que foi prometido, comprometido e jurado que
seria realizado para receber os nossos visitantes. O tempo passou e ninguém fez
nada.
A
duplicação da rodovia até Chapada ficou paralisada na entrada do Manso.
O
Complexo da Salgadeira está fechado. Reparos para a sua revitalização, nem
sinal.
Obras
de engenharia no Portão do Inferno só serão lembradas no próximo acidente
fatal.
O
teleférico é palavra proibida.
Infraestrutura
para a cidade histórica da Chapada, nenhuma providência foi tomada.
O
Pantanal também não foi citado, e acho que ele avançou em direção a Bonito, no
Mato Grosso do Sul.
Os
investimentos, que são os avanços, ficaram resumidos à iniciativa privada.
Falou-se
no grupo Amaggi construindo resorts na região do Lago do Manso e no
asfaltamento de um pequeno trecho de rodovia para facilitar a chegada à cidade
de Nobres.
Nobres
é um diamante bruto de raro encantamento, mas precisa de preparo para receber
um fluxo economicamente rentável de turistas.
Temos
grutas, túneis, águas azuis e todos os prodígios da mãe natureza. Falta-nos
apoio governamental.
A
indústria do turismo está em permanente expansão. Com o aumento da expectativa
de vida da população mundial, aumenta o número de turistas, pois o grande
consumidor da natureza são os idosos.
Esse
público só exige conforto e o acesso aos bens da tecnologia moderna.
O
governo, não oferecendo essa contrapartida, perde uma preciosa fonte de
receita. Qualquer recurso é bem vindo para tentar resolver os nossos problemas
de saúde, educação, segurança, emprego e cidadania.
Turismo
sem investimento no complexo Chapada dos Guimarães e Pantanal é avançar para
trás.
Finalizando,
fica a pergunta indiscreta:
Até
a Copa do Mundo em Cuiabá ainda teremos as ruínas do nosso Centro Histórico ou
um amontoado de escombros?
O
tempo para que isso não aconteça - para a nossa vergonha -, está se exaurindo.
Gabriel Novis Neves
22-03-2013
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