Já
se tornou tradicional no mês de maio a realização do Festival Internacional de
Pesca Esportiva em Cáceres - cidade histórica de Mato Grosso.
Desde
dezembro de 2012 a cidade é Patrimônio Cultural do Brasil e um dos 65
municípios indutores do turismo no Brasil pelo IPHAN.
Esse
evento começou em 1980 e entrou para o livro dos Recordes em 1992.
É
considerado o maior festival de pesca de água doce do mundo na modalidade
pesque e solte.
Seus
organizadores estimam a participação de trinta mil pessoas. Ocorre às margens
do Rio Paraguai, entrada para o pantanal.
Este
ano, por falta de dinheiro o festival foi cancelado. Seria a sua 33ª edição.
É
lamentável que isso ocorra a dois meses da realização, em seis capitais
brasileiras, da minicopa do mundo - a Copa das Confederações.
Seria
uma oportunidade de ouro para milhares de turistas estrangeiros, que já
reservaram passagem para assistir a um dos maiores eventos futebolísticos do
planeta, a alternativa de também assistir e participar do maior festival de
pesca esportiva de água doce.
Alegando
falta de recursos financeiros para ajudar a prefeitura de Cáceres, o governo do
Estado simplesmente ignorou o que representa para Mato Grosso essa festa
eco-esportivo-cultural.
Lamentável
que os nossos governantes não considerem o turismo como uma atividade
econômica.
Muitos
países europeus têm no turismo sua maior receita. É uma moderna indústria sem
risco de poluição.
Brasileiros
generosos distribuem suas economias passeando em países do primeiro mundo.
Aqui
em Mato Grosso, a única atividade considerada econômica é a do agronegócio.
Vendemos a nossa produção de alimentos aos países ricos. Isso é para equilibrar
o valor que os nossos turistas deixam nas suas viagens ao exterior.
Em
compensação, sem o festival, Cáceres sediará o 1º Simpósio de Segurança na
Fronteira em Mato Grosso.
Evento
de custo operacional razoável, que não resolverá o seu principal problema que é
bloquear a entrada de drogas ilícitas em nosso Estado para distribuição
nacional e mundial.
O
crime organizado está tão entranhado no nosso sistema, que é quase impossível o
seu extermínio.
O
Estado brasileiro tem se mostrado incompetente, impotente e desinteressado
nessa luta, cuja discussão é realizada em período eleitoral, de quatro em
quatro anos.
Essa
troca de eventos mostrou ao mundo que o nosso grande problema é a violência,
criminalidade, corrupção, impunidade e os efeitos deletérios das drogas na
sociedade.
Famílias
são destruídas, crianças abandonadas e os direitos humanos fundamentais
ignorados.
Cultura
e turismo ecológico foram trocados pela exposição das nossas fraquezas e
miserabilidade.
Gabriel Novis Neves
12-04-2013
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