sábado, 13 de abril de 2013

ESCLARECER


Quando um político retorna de viagem, principalmente vindo de Brasília, é comum declarar à imprensa que conseguiu não sei quantos milhões de reais para obras em seu município ou Estado.
É bom esclarecer que, caso esse dinheiro um dia seja liberado, pois existe uma enorme distância entre a intenção e a ação, não significa que o governo federal está fazendo uma cessão, e sim, um empréstimo bancário com todas as garantias legais.
Para a maioria da população, essas bravatas de prestígio com anúncio de liberação de recursos soam como doação do governo federal, e nunca como mais um empréstimo que iremos pagar com os devidos juros e todas as taxas de correção.
O nosso prefeito foi à Brasília de pires na mão atrás de recursos para as obras de mobilidade asfáltica. O Ministério das Cidades ofereceu-lhe um empréstimo de, aproximadamente, trezentos milhões de reais. Acontece que a nossa prefeitura está com a sua capacidade de endividamento em uma situação que não lhe permite contrair empréstimos.
Continuaremos, até pagar essas dívidas acumuladas de administrações passadas, convivendo com os buracos, ruas e avenidas sem pavimentação asfáltica, até sabe-se lá por quantos anos.
A maior tarefa do Mauro nesses próximos quatro anos será trabalhar com os recursos que tem, e pagar as velhas dívidas.
Seria excelente para a autoestima da população se os nossos vereadores, em gesto de amor à cidade, renunciassem ao absurdo aumento dos seus extravagantes salários.
Como o contribuinte iria ficar grato com esse ato de despojamento dos nossos representantes!
A figura do político está tão desgastada perante a opinião pública, que essa atitude seria entendida como sinal de um novo tempo, e ecoaria positivamente por toda a federação.
Infelizmente nada disso acontecerá. Tanto o executivo como o legislativo municipal, tem como prioridade as construções de suas novas e modernas sedes.
Esses recursos não existem, e só aparecerão em remanejamento orçamentário tirando migalhas da educação e da saúde para deixarem o legado de mais dois palácios na cidade desprovida de tudo.
“O mundo que nos espera não está para ser conquistado, mas para ser construído.”

Gabriel Novis Neves
10-03-2013

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