Quando
um político retorna de viagem, principalmente vindo de Brasília, é comum
declarar à imprensa que conseguiu não sei quantos milhões de reais para obras
em seu município ou Estado.
É
bom esclarecer que, caso esse dinheiro um dia seja liberado, pois existe uma
enorme distância entre a intenção e a ação, não significa que o governo federal
está fazendo uma cessão, e sim, um empréstimo bancário com todas as garantias
legais.
Para
a maioria da população, essas bravatas de prestígio com anúncio de liberação de
recursos soam como doação do governo federal, e nunca como mais um empréstimo
que iremos pagar com os devidos juros e todas as taxas de correção.
O
nosso prefeito foi à Brasília de pires na mão atrás de recursos para as obras
de mobilidade asfáltica. O Ministério das Cidades ofereceu-lhe um empréstimo
de, aproximadamente, trezentos milhões de reais. Acontece que a nossa
prefeitura está com a sua capacidade de endividamento em uma situação que não
lhe permite contrair empréstimos.
Continuaremos,
até pagar essas dívidas acumuladas de administrações passadas, convivendo com
os buracos, ruas e avenidas sem pavimentação asfáltica, até sabe-se lá por
quantos anos.
A
maior tarefa do Mauro nesses próximos quatro anos será trabalhar com os
recursos que tem, e pagar as velhas dívidas.
Seria
excelente para a autoestima da população se os nossos vereadores, em gesto de
amor à cidade, renunciassem ao absurdo aumento dos seus extravagantes salários.
Como
o contribuinte iria ficar grato com esse ato de despojamento dos nossos
representantes!
A
figura do político está tão desgastada perante a opinião pública, que essa
atitude seria entendida como sinal de um novo tempo, e ecoaria positivamente
por toda a federação.
Infelizmente
nada disso acontecerá. Tanto o executivo como o legislativo municipal, tem como
prioridade as construções de suas novas e modernas sedes.
Esses
recursos não existem, e só aparecerão em remanejamento orçamentário tirando
migalhas da educação e da saúde para deixarem o legado de mais dois palácios na
cidade desprovida de tudo.
“O
mundo que nos espera não está para ser conquistado, mas para ser construído.”
Gabriel Novis Neves
10-03-2013
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