segunda-feira, 8 de abril de 2013

Revoada


O mais ingênuo dos moradores de Cuiabá sabe perfeitamente que uma obra paralisada reflete no seu prazo de entrega.
Há, porém, uma exceção.
A empreiteira Santa Bárbara deixou a obra do Verdão e a Secopa garante que essa mudança não trará prejuízos no cronograma de entrega da Arena Pantanal, prevista para o mês de outubro. 
É lamentável que o cidadão que está pagando pelas obras tenha que engolir uma afirmação tão infantil e primária do governo como essa.
A Secopa abriu vários canteiros de obras na cidade contando com recursos que seriam repassados pelo governo federal e pelos fantásticos empréstimos bancários.
Como sempre, o governo federal nunca deu bola para compromissos assumidos com os estados e municípios, especialmente aqueles com representações parlamentares insignificantes, cujos integrantes, quase na sua totalidade, pertencem ao baixo clero e são devotos de São Francisco - o pregador do “é dando que se recebe”.
O governo do Estado está totalmente embananado com o caderno de obrigações da FIFA. Para que a Copa fosse aqui realizada assumiu compromissos que não está conseguindo cumprir.
A sociedade tem o direito de saber do andamento dos projetos para a Copa. E o governo tem o dever de informar. Para começar, poderia explicar o real motivo da debandada de construtoras na reta final dos compromissos.
Além dos problemas com o Verdão, três das principais trincheiras localizadas em pontos estratégicos da cidade para acesso ao futuro campo de futebol - Santa Rosa, Verdão e Mário Andreazza – estão com suas obras tocadas a passo de tartaruga, para não dizer paradas.
A Construtora Ster, responsável pela abertura daquelas trincheiras, deixou as obras por falta de pagamento dos serviços já realizados.
Os seus cento e oitenta funcionários cruzaram os braços. O governo promete nova licitação, que sabemos ser demorada, ou apelar com uma boa justificativa jurídica e contratar uma nova empresa para socorrer essa catástrofe.
Outras revoadas de empreiteiras estão sendo esperadas.
Apesar de todas essas trapalhadas, que demonstram inadequação gerencial para tocar grandes eventos, temos que acreditar nas palavras do representante do governo.
Ele afirma, com tranquilidade absoluta, que o cronograma de entrega do Verdão e das principais trincheiras será cumprido, e as obras entregues nos prazos determinados pelos contratos agora desfeitos.
Não vale nem a pena recordar outros projetos de mobilidade urbana, muitos ainda sem projetos e recursos, mas com prazos definidos para a sua conclusão.
A preocupação do cuiabano é que a FIFA decida redefinir as subsedes da Copa, e que tudo termine em uma enorme frustração.
Essa é a nossa realidade, e não desejos dos “profetas do atraso”.

Gabriel Novis Neves
12-03-2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.