O
mais ingênuo dos moradores de Cuiabá sabe perfeitamente que uma obra paralisada
reflete no seu prazo de entrega.
Há,
porém, uma exceção.
A
empreiteira Santa Bárbara deixou a obra do Verdão e a Secopa garante que essa
mudança não trará prejuízos no cronograma de entrega da Arena Pantanal,
prevista para o mês de outubro.
É
lamentável que o cidadão que está pagando pelas obras tenha que engolir uma
afirmação tão infantil e primária do governo como essa.
A
Secopa abriu vários canteiros de obras na cidade contando com recursos que
seriam repassados pelo governo federal e pelos fantásticos empréstimos
bancários.
Como
sempre, o governo federal nunca deu bola para compromissos assumidos com os
estados e municípios, especialmente aqueles com representações parlamentares
insignificantes, cujos integrantes, quase na sua totalidade, pertencem ao baixo
clero e são devotos de São Francisco - o pregador do “é dando que se recebe”.
O
governo do Estado está totalmente embananado com o caderno de obrigações da
FIFA. Para que a Copa fosse aqui realizada assumiu compromissos que não está
conseguindo cumprir.
A
sociedade tem o direito de saber do andamento dos projetos para a Copa. E o
governo tem o dever de informar. Para começar, poderia explicar o real motivo
da debandada de construtoras na reta final dos compromissos.
Além
dos problemas com o Verdão, três das principais trincheiras localizadas em pontos
estratégicos da cidade para acesso ao futuro campo de futebol - Santa Rosa,
Verdão e Mário Andreazza – estão com suas obras tocadas a passo de tartaruga,
para não dizer paradas.
A
Construtora Ster, responsável pela abertura daquelas trincheiras, deixou as
obras por falta de pagamento dos serviços já realizados.
Os
seus cento e oitenta funcionários cruzaram os braços. O governo promete nova
licitação, que sabemos ser demorada, ou apelar com uma boa justificativa
jurídica e contratar uma nova empresa para socorrer essa catástrofe.
Outras
revoadas de empreiteiras estão sendo esperadas.
Apesar
de todas essas trapalhadas, que demonstram inadequação gerencial para tocar
grandes eventos, temos que acreditar nas palavras do representante do governo.
Ele
afirma, com tranquilidade absoluta, que o cronograma de entrega do Verdão e das
principais trincheiras será cumprido, e as obras entregues nos prazos
determinados pelos contratos agora desfeitos.
Não
vale nem a pena recordar outros projetos de mobilidade urbana, muitos ainda sem
projetos e recursos, mas com prazos definidos para a sua conclusão.
A
preocupação do cuiabano é que a FIFA decida redefinir as subsedes da Copa, e
que tudo termine em uma enorme frustração.
Essa
é a nossa realidade, e não desejos dos “profetas do atraso”.
Gabriel Novis Neves
12-03-2013
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