São
alarmantes os dados revelados pela Demografia Médica no Brasil 2013 publicados
no jornal do Conselho Federal de Medicina nº 217 de fevereiro.
O
total de médicos cresceu seis vezes mais que a nossa população em termos
percentuais nessas últimas cinco décadas.
O
país nunca teve tantos médicos em atividade como agora. Entretanto, faltam
médicos no SUS, sobretudo para a assistência oferecida às populações mais
pobres do país. As regiões mais atingidas são a norte e a nordeste.
As
informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
identificaram 388.015 médicos registrados nos Conselhos Regionais de Medicina.
A
população atendida pelo setor privado conta, proporcionalmente, com, pelo
menos, quatro vezes mais médicos que o setor público.
Estudando
o documento Demografia Médica no Brasil ficamos também surpreendidos com a
baixa taxa de médicos que atendem pacientes do SUS.
Isso
ocorre porque há um descrédito e desânimo da categoria, que passa a evitar o
SUS e se abriga na esfera privada, com sérios prejuízos para a população,
afirma o Presidente do Conselho Federal de Medicina, que conclui dizendo que o
projeto do SUS, como está sendo conduzido, corre risco de ser extinto.
Outro
fato preocupante é que nas cidades de maior porte, especialmente as capitais,
se concentra a maioria dos médicos brasileiros.
Isso
demonstra o erro do governo federal, que continua abrindo escolas médicas
quando o problema do Brasil é a falta de políticas públicas para fixar o médico
nas regiões mais carentes.
Uma
das formas de se corrigir essa desigualdade social inaceitável seria, repito, a
implementação de políticas públicas que valorizem a assistência e o trabalho
médico.
Tem
que se pensar na construção de uma carreira federal para os médicos na atenção
básica.
E
imaginar que o governo anterior aconselhou o presidente dos EUA a implantar o
SUS naquele país por ser um modelo ideal de atendimento médico!
Enquanto
isso, os responsáveis por essa tragédia continuam dando exclusividade aos
hospitais de São Paulo quando precisam de socorro médico.
Esperamos
que os técnicos do governo aproveitem este trabalho do Conselho Federal de
Medicina e corrijam os equívocos cometidos recentemente com a criação em massa
de escolas médicas, quando o rumo é oferecer assistência de qualidade aos
cidadãos.
Não
há falta de médicos no Brasil, e sim, desigualdade na sua distribuição.
Gabriel Novis Neves
29-03-2013
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