domingo, 14 de abril de 2013

Adolescência


Temos uma enorme tendência a minimizar o conteúdo de nossas experiências de adolescentes e pré-adolescentes, até porque, normalmente, elas não nos trazem recordações muito gratificantes.
Entretanto, cobramos muito de nossos descendentes comportamentos ditos equilibrados nessa fase de vida.
Esquecemo-nos que a adolescência é um dos piores períodos por que passa o ser humano.
A insegurança que acomete os jovens é total, como em qualquer fase de transição, acrescida de um tumulto hormonal avassalador.
A sensação ambígua de não se sentir adulto, mas também não admitir ser tratado como criança, é fonte permanente de grandes angústias existenciais.
Com a transformação cultural - grande nos tempos modernos -, surgindo o culto do pai amigo ao invés do pai repressor, tem tornado essas relações bem mais amenas, ainda que não despidas de problemas.
Talvez o excesso de permissividade também não seja a forma ideal.
As transformações corporais abruptas, acrescidas de comportamentos os mais inusitados, tornam os adolescentes seres extremamente vulneráveis e carentes.
Na grande maioria dos casos o desenvolvimento físico não combina com as atitudes pueris e exibicionistas que neles notamos.
Há que existir por parte dos pais e educadores um mínimo de conhecimento psicológico para que a convivência entre as partes se torne possível, e até agradável.
Discutir sobre o tema no âmbito familiar, sobretudo no que diz respeito às angústias e dúvidas afetivas, são sempre a única possibilidade para atravessar essa fase tão delicada.
Ao contrário, o enfrentamento, é a pior solução, redundando, na maioria das vezes, na total dissolução dos laços afetivos que, apesar de presentes, estão sempre muito conflitados nos adolescentes.
Com habilidade, amor e paciência, essa fase tumultuada passará, e surgirá o adulto apto ao pleno exercício de sua afetividade e de sua cidadania.
Que nós, pais, avós, educadores, nos conscientizemos da necessidade do cultivo dessa paciência.

Gabriel Novis Neves
24-03-2013

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