Temos
uma enorme tendência a minimizar o conteúdo de nossas experiências de
adolescentes e pré-adolescentes, até porque, normalmente, elas não nos trazem
recordações muito gratificantes.
Entretanto,
cobramos muito de nossos descendentes comportamentos ditos equilibrados nessa
fase de vida.
Esquecemo-nos
que a adolescência é um dos piores períodos por que passa o ser humano.
A
insegurança que acomete os jovens é total, como em qualquer fase de transição,
acrescida de um tumulto hormonal avassalador.
A
sensação ambígua de não se sentir adulto, mas também não admitir ser tratado
como criança, é fonte permanente de grandes angústias existenciais.
Com
a transformação cultural - grande nos tempos modernos -, surgindo o culto do
pai amigo ao invés do pai repressor, tem tornado essas relações bem mais
amenas, ainda que não despidas de problemas.
Talvez
o excesso de permissividade também não seja a forma ideal.
As
transformações corporais abruptas, acrescidas de comportamentos os mais
inusitados, tornam os adolescentes seres extremamente vulneráveis e carentes.
Na
grande maioria dos casos o desenvolvimento físico não combina com as atitudes
pueris e exibicionistas que neles notamos.
Há
que existir por parte dos pais e educadores um mínimo de conhecimento
psicológico para que a convivência entre as partes se torne possível, e até
agradável.
Discutir
sobre o tema no âmbito familiar, sobretudo no que diz respeito às angústias e
dúvidas afetivas, são sempre a única possibilidade para atravessar essa fase
tão delicada.
Ao
contrário, o enfrentamento, é a pior solução, redundando, na maioria das vezes,
na total dissolução dos laços afetivos que, apesar de presentes, estão sempre
muito conflitados nos adolescentes.
Com
habilidade, amor e paciência, essa fase tumultuada passará, e surgirá o adulto
apto ao pleno exercício de sua afetividade e de sua cidadania.
Que
nós, pais, avós, educadores, nos conscientizemos da necessidade do cultivo
dessa paciência.
Gabriel Novis Neves
24-03-2013
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