segunda-feira, 15 de abril de 2013

CAQUEXIA


O termo caquexia nos remete aos casos terminais de doenças as mais diversas, inclusive a cancerosa, em que o grande emagrecimento e o desmantelamento progressivo de todas as funções vitais, levam o paciente ao êxito letal.
Entretanto, hoje me ocorreu a visão daquele outro tipo de caquexia, tão grave quanto – a caquexia mental. Apesar de estar ocorrendo com muita frequência nos mais diferentes meios sociais, nunca se falou sobre ela.
Com o modismo político predominante nos últimos anos de, “nada saber”, “nada ver” e “nada ouvir”, tem-se notado que a sociedade, como um todo, também vem seguindo essas práticas alienantes.
Será possível uma máquina governamental blindar tão eficientemente todos os seus canais opositores?
Onde está a UNE (União Nacional dos Estudantes)? - que em dias não tão distantes conseguiu, através dos “caras pintadas”, deflagrar um movimento que destituiu um presidente eleito pelo povo.
Estaria essa entidade, outrora tão atuante, também manipulada por esses tentáculos governamentais?
No momento, ocupantes de altos cargos na política brasileira, com fichas altamente comprometedoras, apesar de varridos pelas mais diversas redes sociais - método moderno de representação -, têm sequer as suas estabilidades ameaçadas.
Lamentavelmente estamos diante de uma das mais graves caquexias, a mental, capaz de levar toda uma sociedade a um estado de alienação e total desinteresse pelo que se passa à sua volta.
O tempo tem mostrado que os antídotos para esse tipo de mal são, no mínimo, de efeito muito lento e, por essa razão, desanimadores.
Resta-nos torcer para que surja um líder carismático, a exemplo de vários que tivemos em passado recente, capaz de, tal qual uma droga alucinógena, despejar toda a sua carga energética pelos cento e noventa milhões de anestesiados que agora representamos, fazendo-nos acreditar, novamente, que fatores éticos e morais não são uma simples balela filosófica.
Acreditamos numa juventude que, desapegada do seu recolhimento alienante, consiga motivar toda essa massa voltada apenas para o consumo e para a glória das aquisições inúteis e, que no final, nem conseguem deixá-la feliz.
Fatos como o último presenciado na bela Itália nos dão alguma esperança de transformação: nas eleições recentes 25% dos votos foram para um líder sem partido, sem sede e sem verbas de campanha, tudo conseguido apenas com um discurso ético e convincente através das redes sociais.
Não há razão para perder as esperanças.
Lá, como cá, somos todos feitos da mesma essência.

Gabriel Novis Neves
01-03-2013

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