O
termo caquexia nos remete aos casos terminais de doenças as mais diversas,
inclusive a cancerosa, em que o grande emagrecimento e o desmantelamento
progressivo de todas as funções vitais, levam o paciente ao êxito letal.
Entretanto,
hoje me ocorreu a visão daquele outro tipo de caquexia, tão grave quanto – a
caquexia mental. Apesar de estar ocorrendo com muita frequência nos mais
diferentes meios sociais, nunca se falou sobre ela.
Com
o modismo político predominante nos últimos anos de, “nada saber”, “nada ver” e
“nada ouvir”, tem-se notado que a sociedade, como um todo, também vem seguindo
essas práticas alienantes.
Será
possível uma máquina governamental blindar tão eficientemente todos os seus
canais opositores?
Onde
está a UNE (União Nacional dos Estudantes)? - que em dias não tão distantes
conseguiu, através dos “caras pintadas”, deflagrar um movimento que destituiu
um presidente eleito pelo povo.
Estaria
essa entidade, outrora tão atuante, também manipulada por esses tentáculos
governamentais?
No
momento, ocupantes de altos cargos na política brasileira, com fichas altamente
comprometedoras, apesar de varridos pelas mais diversas redes sociais - método
moderno de representação -, têm sequer as suas estabilidades ameaçadas.
Lamentavelmente
estamos diante de uma das mais graves caquexias, a mental, capaz de levar toda
uma sociedade a um estado de alienação e total desinteresse pelo que se passa à
sua volta.
O
tempo tem mostrado que os antídotos para esse tipo de mal são, no mínimo, de
efeito muito lento e, por essa razão, desanimadores.
Resta-nos
torcer para que surja um líder carismático, a exemplo de vários que tivemos em
passado recente, capaz de, tal qual uma droga alucinógena, despejar toda a sua
carga energética pelos cento e noventa milhões de anestesiados que agora
representamos, fazendo-nos acreditar, novamente, que fatores éticos e morais
não são uma simples balela filosófica.
Acreditamos
numa juventude que, desapegada do seu recolhimento alienante, consiga motivar
toda essa massa voltada apenas para o consumo e para a glória das aquisições
inúteis e, que no final, nem conseguem deixá-la feliz.
Fatos
como o último presenciado na bela Itália nos dão alguma esperança de
transformação: nas eleições recentes 25% dos votos foram para um líder sem
partido, sem sede e sem verbas de campanha, tudo conseguido apenas com um
discurso ético e convincente através das redes sociais.
Não
há razão para perder as esperanças.
Lá,
como cá, somos todos feitos da mesma essência.
Gabriel Novis Neves
01-03-2013
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