quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PROVÉRBIO PERSA

Vivemos um momento em que é necessário evocar os milenares e sábios provérbios para "não cair antes de ser empurrado".

Calar ou falar? - eis a questão.

Os covardes, corruptos e comodistas pertencem à maioria estrondosa dos calados.

Entendem que, assim procedendo, estarão livres de todos os pecados e penitências, com salvo conduto para entrar direto no céu dos justos.

Um diminuto grupo, consciente dos riscos que corre, fala por aqueles que não têm oportunidades de elevar a voz.

Um provérbio persa nos ensina: “duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar e falar quando é preciso calar-se!”

Há anos estamos presenciando a miséria - no sentido amplo da palavra - do povo brasileiro. Não podemos nos calar!

De pouco valerá a fala de alguns. Os prepotentes, aproveitadores e arrogantes negociantes da política, continuarão impunes - sempre prestigiados pelos transitórios mandantes do poder.

Foi o silêncio que instalou no Brasil a ideologia da aceitação pacífica: em todos os governos a atitude aética faz parte do programa governamental.

Não concordo com a tese absurda de que um erro justifica outro.

O nosso país foi descoberto por acaso, assim nos ensinaram na escola. Hoje sabemos que não foi. Mas, durante anos, aceitamos o fato histórico narrado pelos nossos colonizadores - “Acaso”, só aceito no samba do Lupicínio.

Ao pisarem a terra sagrada, encontraram os seus verdadeiros donos, que há séculos estavam aqui, não por acaso - os nossos índios de civilizações pré-colombianas.

Esses brasileiros não foram respeitados. Suas mulheres e filhas, estupradas. Os homens, praticamente exterminados. De culturas diferentes, foram considerados preguiçosos para a grande tarefa de saquear as terras descobertas.

Importaram para esse trabalho os negros africanos, que eram comprados e transportados como carga nos navios negreiros.

Os negros tinham dono, e nenhum direito, a não ser retirar, sob chibata, as nossas riquezas naturais, especialmente o ouro, e encaminhar para a Coroa em Portugal. Suas mulheres e filhas foram seduzidas pelos brancos colonizadores.

O dono da nova colônia abriu os seus presídios europeus e mandou bandidos para cá.

Naquela época ninguém falava sobre o que via, para não morrer.

Pero Vaz de Caminha, escrivão real, cunhou a célebre frase que o Brasil era uma terra, em que se plantando tudo dá.

A história sempre foi escrita pelos vencedores. Na maioria das vezes, não passava de estória ou narrativas fantasiosas, distanciadas da verdade.

Os dias atuais sofrem forte influência do nosso passado nebuloso, embora a nossa situação política hoje, seja mais grave do que daqueles dos primeiros séculos.

A história dos primeiros bandeirantes em Mato Grosso foi bem mais danosa que a dos modernos bandeirantes que destruíram as nossas florestas.

Aqueles, aqui chegaram com o objetivo de procurar ouro e capturar índios e escravos fugitivos. Usando de artimanhas, conseguiram que os índios os levassem até as minas de ouro.

Toneladas de ouro saíram do antigo Arraial para São Paulo. Os nativos, dizimados na sua integralidade.

Hoje, o saque dos esforços dos brasileiros de segunda categoria, tem a sua sede na cidade sonhada por Dom Bosco.

Suas filiais estão espalhadas por todo o Brasil.

Falar sobre esses crimes que existem desde a época de Colônia, não é politicamente correto.

Calar-se? Seria um sinal de fraqueza, como diziam os persas há séculos atrás.

O sindicato dos interesses pessoais está consolidado nos poderes constituídos desta nação - segundo denúncias dos principais órgãos de imprensa -, que demite quem o presidente nomeia, dentro do princípio das capitanias hereditárias, pertencentes aos partidos de sustentação política!

Tapetes vermelhos são estendidos pelo governo para aqueles que a imprensa demite por condutas não republicanas.

Esse cuidado todo vem de recente experiência vivida, que recebeu o nome de Mensalão.

Com todos os perigos, falar nesses momentos é um ato de patriotismo.

Fala Brasil!


Gabriel Novis Neves

01-08-2011

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