Bem antigamente, minha mãe reservava um dia da semana para realizar a faxina da casa onde morávamos.
O dia escolhido era o sábado, pois a criançada não tinha aula na escola pública.
Ela determinava para cada filho uma parte da casa para a competente faxina. Havia rodízio, para não prejudicar nenhum faxineiro a permanecer sempre em áreas não nobres.
Agora, faxina é um modelo de gestão governamental da Presidência da República Federativa do Brasil.
Quando a Mãe fala em faxina em ministérios, significa, não retirar poeira dos móveis ou limpar os banheiros e, sim, retirar de seus cargos de marajás, em conta-gotas, aqueles que não foram zelosos com o patrimônio do povo brasileiro.
Na primeira faxina feita pela Mãe em um único ministério, 20 - imprescindíveis barnabés até há pouco tempo -, foram sumariamente demitidos "a pedido".
A casa não ficou lá essas coisas. Ainda há muito entulho por lá e nas suas filiais nos Estados, segundo o zelador do prédio.
O resultado da faxina entusiasmou tanto a Mãe, que já foi programado uma nova limpeza em outro ministério.
O Transporte não tinha forte retaguarda política. O partido dono do ministério era o médio PR (Partido da República) do Waldemar. Abrigava muitos parlamentares do chamado baixo clero, sendo o recordista de votos da legenda, o famoso palhaço Tiririca.
Quando começar, e se começar, a faxina no Ministério das Minas e Energias do Maranhão, com certeza faltará material de limpeza.
É melhor para a saúde política da Mãe não mexer na casa dos Marimbondos de Fogo do PMDB.
Seria bom para o Brasil, mas o que é bom para o Brasil, não é bom para marimbondos.
Enquanto isso, o Brasil parou. Não se faz nada, e até o nosso futebol parou na Copa da Argentina.
Única coisa que funciona a todo o vapor são as notícias de corrupção no Brasil, que a Mãe herdou como casa arrumada.
Fica a pergunta: quem sujou tanto esses ministérios?
O clima de Brasília não foi. Só pode ter sido o seu último inquilino. Ele que colocou esse pessoal na casa.
Todos têm donos. Seria bom se, nessa faxina, aparecessem, além dos nomes dos demitidos, o de seus padrinhos.
Ou ouviremos aquela velha história - adaptada para o momento atual - “Afilhado feio não tem padrinho.”
A hora é da verdade. O Brasil não deve parar e a faxina deve continuar.
Gabriel Novis Neves
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