segunda-feira, 8 de agosto de 2011

EU NÃO SOU LIXO

O ex-ministro dos Transportes, e senador pelo Amazonas, foi à tribuna do Senado Federal explicar aos seus pares porque pediu demissão do cargo que ocupava por mais de seis anos.

Alegou que não era lixo. Tampouco seus seis colegas senadores e quarenta deputados federais do Partido da República, mais conhecido como o Partido do Waldemar e Tiririca.

Afirmou que esses problemas, denunciados pela revista “Veja”, aconteceram durante o seu afastamento do ministério. Deu nome aos bois, claro que poupando o Papa, que nunca soube de nada.

Os ministros por ele citados, já foram intimados pela mãe do PAC a passarem uma tarde no Senado contando histórias aos senadores.

Tá tudo dominado pelo Planalto e nada de desagradável irá acontecer. “Procurem a justiça, autorizem a quebra dos seus sigilos bancários e telefônicos”, foram as ordens recebidas.

O que a mãe não aceita é CPI. Nunca. CPI a gente sabe como começa e nunca como acaba. Além do mais, poderá chatear companheiros que já não estão no governo, inclusive exercendo profissões não políticas como a de consultores e conferencistas.

Conversei com um experiente jornalista político local sobre esses últimos acontecimentos. Ele me disse que isso faz parte do jogo político, em que os interesses pessoais, ou os dos grupos que defendem, estão acima de quaisquer outros interesses. Há exceções para confirmar a regra.

A tal da pluralidade partidária serve apenas para confundir o adversário, no caso, o povo brasileiro. Na realidade, os nossos partidos políticos são o BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Sudam, Banco da Amazônia, Petrobrás, Itaipu e os nanicos, porém, jamais desprezíveis, DAS.

Ninguém investe milhões para se eleger senador e deixar as suas empresas, para discutir novos feriados nacionais, ou trabalhar para melhorar a educação, saúde e segurança desta nação. Há exceções, repito, mas a maioria pertence aos partidos acima citados, BNDES... É impossível a um político profissional sobreviver longe das tetas do poder.

Quanto ao tratamento de lixo, é jogo para a platéia que acha que lixo é sujeira, e não, torneiras fechadas das benesses do poder. O bom político reclama, mas não rema contra a correnteza dos seus interesses pessoais.

Por isso são tratados como lixo.

Gabriel Novis Neves

03-08-2011

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