terça-feira, 23 de agosto de 2011

Consumo

O Brasil está no rol dos países que têm como ideologia dominante o consumismo.

Não imaginava, por falta de dados de pesquisas, a nossa desconfortável classificação.

Acho que divulgá-la seria um ato que não atrapalharia o grande sonho de consumo dos cuiabanos - as grandes obras que transformarão a nossa esquecida e maltratada capital em uma metrópole.

Até agora elas praticamente não saíram do papel, especialmente aquelas que são da competência do governo federal. A exceção foi a demolição do Verdão - como obra de campanha eleitoral.

Os recursos para construção da Arena são da competência do Tesouro Estadual. Após a licitação precipitada da obra pelo calendário eleitoral, a firma vencedora teve que refazer o projeto, aumentando o prazo de entrega e alterando substancialmente o seu valor inicial.

Em Cuiabá, o maior estádio de futebol, e o mais frequentado, é a SKY.

O clima em Brasília mudou muito com relação ao nosso Estado por conta dessa história da Operação Faxina e a tal da carta que a presidente recebeu e nunca divulgou. Interessante é que o remetente não era o ministro.

Carta de ministro o Planalto divulga, mas há uma carta de um funcionário temporário que não foi divulgada.

Por quê? Por quê?

Quantos equívocos estão sendo cometidos em nome da nossa briosa gente.

A revista ISTOÉ Dinheiro publicou o resultado de uma pesquisa com famílias da classe C. É a classe emergente do novo Brasil, que deverá gastar este ano R$ 1,3 trilhão.

Vamos às prioridades da classe C, que tradicionalmente estão mais ligadas ao futebol - onde funcionam como verdadeiras maternidades de ídolos - , e ao carnaval.

Em primeiro lugar, o sonho de consumo da classe C está nos serviços - cabeleireiro, manicure, empregados domésticos e outros. Esse grupo ocupa um universo de 23,16%.

Alimentação e bebida, 18,49%.

Saúde e beleza, 8,32%.

Transporte, 8,17%.

Vestuário, 5,12%.

Educação, 2,07%.

Entretenimento, 1,6%.

Viagens, 1,5%.

Diante desses dados algumas lições.

O pobre não acredita na nossa educação como fator de ascensão social.

O entretenimento desses nossos irmãos não é com o futebol e carnaval, feito para turistas estrangeiros - como os desfiles das escolas de samba e os jogos da Copa.

A classe C, maioria da população brasileira, deseja mesmo é arrumar os cabelos em bons salões de beleza, com cabeleireiros, manicures, empregadas em casa enquanto trabalha para cuidar dos seus filhos.

Como ninguém é de ferro uma boa alimentação, acompanhada com água que passarinho não bebe.

Também ninguém quer ficar doente e feio.

Se puder, uma viagenzinha para Disney.

Esse é o desejo dessa classe que recebeu os que foram rebaixados da classe média ou B, e conseguiram escapar da pobreza.

Ficaram para baixo os miseráveis da classe D, que a presidente quer ajudá-los na sua ascensão para C.

Em cima da pirâmide social um pontinho de ricos A, e uma tênue classe média B.

Estes dados ficam para reflexão daqueles que realmente amam este país e não a classe que pertencem.

Senhora presidente!

Decida em favor da maioria, após essa faxina.

É o nosso sonho de consumo.

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