domingo, 29 de maio de 2011

Sem novidades

Houaiss nos diz que novidade é inovação, notícia recente.

Não que eu me considere um novidadeiro, mas sim, uma pessoa que aprecia estar antenado com o que acontece, em especial, na minha querida ex- Cidade Verde.

Por isso, muitas vezes, passo por indiscreto. Sou atraído por rodinhas de conversas, mesmo de pessoas desconhecidas. Tento captar fragmentos da conversa para saber se estão contando alguma novidade.

Pode até não ser uma atitude politicamente correta. Não quero, entretanto, deixar transparecer que eu seja um fofoqueiro. Não. É tão somente vontade de escutar algo que fuja do rotineiro.

Isto tudo porque a repetição irritante dos assuntos veiculados pelos noticiários da televisão, me levou a um total desinteresse por este tipo de programa.

Tenho impressão que, por absoluta falta de novidade, esses jornais, que todas as noites invadem as nossas casas, só foram editados no seu primeiro ano de existência.

O problema me parece ser nacional, pois, baseado nas últimas pesquisas, houve uma queda acentuada na audiência.

Aqui, no Estado onde nasci, para um adultão como eu, há muito não há novidades, e sim, replay do nosso cotidiano. As manchetes dos veículos de comunicação de massa são sempre as mesmas, mudando somente os atores.

A nossa educação vai de mal a pior. A saúde pública sucateada. As estradas intransitáveis, produzem desastres e doenças nos caminhoneiros.

A segurança pública virou Conceição, ninguém sabe e ninguém viu. O descaso com o dinheiro público não é novidade nem para o meu neto de dez anos. Obras públicas iniciadas sem projetos, para depois acertar, é arroz de festa.

Ladrões – de galinha - nas cadeias superlotadas. Enriquecimentos instantâneos aplaudidos e louvados como nos tempos dos Sinhozinhos e Comendadores honoríficos.

O desmatamento do Estado, desde a sua descoberta só aumenta, e não é mais nenhuma novidade, assim como a saída de caminhões e caminhões com toras de madeiras.

O governo continua dando calote nos seus fornecedores e pagando muito bem as assessorias contratadas, e patrocinando cada evento...

Será que a falta de novidade é novidade?

Só pode ser, para justificar esse entusiasmo com as velhas e malfadadas notícias do nosso passado - com aplicações de botox para os ingênuos descobridores do descoberto.

Repetindo: o velho Houaiss fala que novidade é notícia recente. A última que chegou por aqui, foi a nova cartilha que o MEC está distribuindo nas escolas públicas, para ensinar o errado às nossas crianças.

No entanto, isso nunca foi novidade no nosso ensino público.

Continuamos, portanto, sem novidades. Só nos resta mesmo assistir ao filme dos erros do passado.

Gabriel Novis Neves

10-05-2011

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