sábado, 31 de julho de 2010

Estado exportador

Não é segredo para ninguém que somos um estado exportador. As nossas exportações não se resumem aquelas produzidas pelo agronegócio. Exportamos de tudo: soja, algodão, madeira, carne branca e vermelha, e pedras preciosas. Está bem valorizada também, a exportação de analfabetos funcionais, modelos masculinos e femininos. Estourando em produção para o consumo interno, a nossa vasta experiência em loteamento do poder.

O candidato à Presidência da República, que não dorme, denunciou em Minas Gerais o loteamento de cargos no órgão federal responsável pela nossa malha viária. As nossas estradas federais estão completamente sucateadas. Esburacadas, sem manutenção, frustrando o trabalho de milhares de brasileiros que trabalham e vivem do campo. Os cargos técnicos, ocupados por funcionários com alto nível de QI (quem indica), inviabilizam a competição da nossa produção. Isto foi dito no Estado que possui a maior, e pior, rede viária do Brasil - Minas Gerais.

Tem razão o candidato das olheiras permanentes. Essa mesma técnica de loteamento do poder foi realizada também aqui, com enorme sucesso – na visão do responsável pelos loteamentos. O co-autor do programa ficou tão famoso nacionalmente, que foi convidado para implantar “lá,” a ótima experiência acumulada “aqui.” Foi na frente, como topógrafo, preparar o loteamento até a chegada do senador, para comandar o grupo. Está provado que esse modelito mato-grossense não dá certo, “aqui” ou “lá.” Cargo eminentemente técnico tem que ser ocupado por técnico, a exemplo do que ocorre na iniciativa privada.

O próprio Presidente da República, ao assumir o comando do governo, teve a lucidez de não misturar alhos com bugalhos, e o resultado foi excelente. Durante oito anos a inflação ficou controlada, e apesar de tantos abalos na economia mundial, continuamos bem. Sabe qual foi a estratégica do Presidente? Enfrentou todo o tipo de dificuldade interna e emplacou no Banco Central um ex-banqueiro internacional, e deputado federal eleito – que fazia oposição ao seu nome. Isso é amadurecimento político, e deveria ser exportado para os estados brasileiros, especialmente para os estados currais. Mato Grosso continua quebrando paradigmas. Agora exportando loteadores de cargos públicos.

Somos mesmo um estado exportador.


Gabriel Novis Neves (7.5 + 17)

23-07-2010

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