quarta-feira, 28 de julho de 2010

AH !

Escrevi há poucos dias, que todo o ano no mês de julho, eu sou obrigado a comparecer a uma repartição pública federal para provar que ainda não morri. Este dever cívico é chamado de recadastramento do funcionário aposentado. Para nós tudo é complicado. As exigências são inúmeras, e muitas vezes absurdas. Chego a acreditar que essas exigências burocráticas, umas até com alto grau de impossibilidade de serem cumpridas, são para posteriormente “oferecer” facilidades.

Quatro anos de recadastramento já me deixaram precavido. Criei o meu Kit burocrático. Ele é composto por RG, CPF e Carteira de Identidade Profissional. Certidão de nascimento, de casamento e de óbito da minha mulher. Comprovante de residência e número do telefone. Por enquanto é só isto. Talvez eles inventem outros documentos. O pessoal do governo adora papel!

Fico imaginando o que não deve sofrer um cidadão para ingressar no serviço público. Vejamos por exemplo um concurso para contínuo de um Ministério: o desempregado, muitas vezes com diploma de nível superior, é obrigado a se submeter a uma prova escrita - conhecimentos gerais, informática e uma língua estrangeira. Depois exame psicológico. As ações públicas corretas têm que ser assim. Se aprovado, entra na fila para a nomeação. Muitas vezes, entretanto demoram tanto para convocar os aprovados, que quando este é chamado o período de carência do concursou já se exauriu. A remuneração dos concursados é uma titica.

Para ter uma boa remuneração no serviço público, muitas vezes o indivíduo não precisa de concurso nem de exame psicológico. Como no caso do indivíduo especialista em serviço à distância - e bota quilômetros nessa distância. É oportuno que lembremo-nos do código de ética do servidor concursado. Qualquer deslize de conduta, como servir café frio aos DAS, é motivo de demissão sumária por motivo justo. Nesse louvável rigor que estou demonstrando no trato da coisa pública, e que eleva a nossa auto-estima, há um, porém. Como explicar a presença de gente medíocre nas grimpas do poder do serviço público? É o fator “QI” - conhecido pelo nome fantasia de “quem indica.”

Há poucos dias assisti pela televisão local a entrevista de um indivíduo que “está lá” única e exclusivamente pelo fator “QI”. Ele ocupa um carginho que não representa o salário de um médio executivo. Mas o pessoal do “QI” adora status, e não sei mais o que. Vaidade? Não sei. A fala dele foi oficial, representando os que “estão lá.” O conteúdo foi de um politiqueiro, que graças a Deus não existe mais no nosso estado. Estava super empolgado, pois o ambiente era propício para um DAS “de lá.” Participava do lançamento da candidatura de um político do seu partido. Desconfio que esse político seja o responsável pelo atestado de QI, que o mantém “lá.” Irresponsavelmente “desceu a ripa” nos nossos sonhos de uma cidade melhor, culpando um único administrador “daqui”, esquecendo que os “de lá” são responsáveis também pelo acontecido aqui, criando um clima de insegurança na população da minha cidade. Se fosse um contínuo concursado, seria demitido como terrorista. Esse não é o comportamento de quem está “lá.” Só foi entrevistado pelo cargo que ocupa “lá,” e de “lá” só sairá se for arrancado.

Lastimável! Péssimo exemplo de mediocridade aos cidadãos, e especialmente aos jovens. Conhecemos muito bem a “presteza” do governo, especialmente do Ministério que representa. Os resultados estão nos jornais internacionais. O que estão “lá”, prometem. Isto não significa compromisso. Fiquei triste com a sórdida entrevista, tão frequente nos nossos dias. O DAS de “lá,” estava fantasiado a caráter, com a camisa oficial cheia de adesivos com fotografias e número do seu partido político.

Falar é fácil. O difícil é fazer e não torcer pela destruição de uma cidade, para ficar “lá.”

“A inteligência nos afasta, porém a burrice nos une.”

Ah! Somos um país unido.

Gabriel Novis Neves (7.5 + 17)

23-07-2010

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