O
desembargador Pedro Valls Feu Rosa do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito
Santo teria dito, em artigo que circula na Internet, que mataram mais
brasileiros em cinco anos do que americanos em todas as guerras que
participaram.
Eis
o resultado das estatísticas do desembargador, e que merece toda credibilidade.
Durante
os dez anos de luta no Vietnã, 58.198 soldados americanos foram mortos.
Enquanto
isso, só no ano de 2003, o pacífico Brasil, que não estava em guerra, perdeu
51.043 filhos assassinados pelas suas ruas.
O
maior conflito da história foi a Segunda Guerra Mundial.
O
exército norte-americano lutou praticamente no mundo inteiro – desde os campos
da Europa até o Oceano Pacífico.
Enfrentou,
desde os tanques de guerra nazistas, até os Kamikazes japoneses.
Esta
guerra, que durou uns cinco anos, fez os Estados Unidos perderam 291.557
soldados em combate.
Entre
2002 e 2006, aproximadamente 243.232 brasileiros morreram assassinados em
nossas cidades.
E
o que dizer da 1ª Guerra Mundial?
Em
uns quatro anos de conflito encarniçado pelas trincheiras da Europa, 53.402
soldados americanos foram mortos em combate.
Enquanto
isso, só no ano de 2005, a população brasileira assistiu 47.578 homicídios,
algo espantoso para um país que vive em paz!
Diante
desses dados, o desembargador Feu Rosa resolveu fazer umas contas e verificou
quantos soldados norte-americanos morreram em combate na guerra do México,
Guerra Hispano-Americana, 1ª Guerra Mundial, 2ª Guerra Mundial, Guerra da
Coreia, Guerra do Vietnã, Guerra do Golfo, Guerra do Iraque e Guerra do
Afeganistão.
Chegou
a 666.056 baixas ao término de trinta e quatro anos de batalhas terríveis.
Aqui,
em apenas 16 anos (1990-2006), morreram a tiros, facadas ou pauladas pelas ruas
deste tranquilo país, 697.668 civis brasileiros.
Mais
um dado assustador: o Exército dos Estados Unidos da América do Norte perde uma
média de 53,67 soldados por dia.
Já
o Brasil, usufruindo de uma paz absoluta, perde 119,46 habitantes assassinados
por dia - mais do que o dobro!
Talvez
devêssemos nos alistar nas Forças Armadas dos EUA, recomenda o desembargador.
Lá deve ser mais seguro e menos violento!
Em
cinco anos da Segunda Guerra Mundial, a pior de todos os tempos, o número de
soldados mortos em combate dos exércitos da Bélgica, Bulgária, Canadá,
Tchecoslováquia, Dinamarca, Grécia, Holanda, Noruega, Austrália, Índia, Nova
Zelândia e África do Sul, somados, foi de 166.914.
Nós
não precisamos de cinco anos de guerra para tanto. Só entre 2000 e 2003
enterramos, absolutamente em paz, 193.925 compatriotas!
Durante
aqueles cinco anos de guerra a França, invadida pelos nazistas, perdeu 201.568
soldados.
A
Itália, sob Mussolini, 149.496.
E
o Brasil, durante cinco anos de paz e sossego (2001-2005), viu serem
brutalmente assassinados 244.471 civis.
Sustentamos,
com o peito inflado por um falso patriotismo, que este imenso país vive em paz,
finaliza o desembargador.
Em
paz?
Só
se for aquela famosa “paz dos cemitérios”.
Gabriel
Novis Neves
03-09-2013
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