segunda-feira, 16 de setembro de 2013

As barreiras emocionais

A grande barreira a ser ultrapassada na vida de todos nós é sempre “O Outro”.
Ela é tão forte que poucas são as pessoas que conseguem essa verdadeira proeza durante o período de uma existência.
São tantas as zonas ocultas de nossa personalidade que, até para nós mesmos, fica difícil lidar com elas. E o que dizer com relação ao “outro”?
Até porque, nos encontramos no dia-a-dia com inúmeras contradições, cuja intensidade fazemos questão de ocultar.
Os temores e os desencantos com relação ao próximo são tão grandes e tão distantes que com frequência nos sentimos sós,  mesmo no meio da multidão.
Por mais que tentemos desnudar e desvendar o “outro”, sempre nos deparamos com um profundo abismo de sentimentos e emoções.
Talvez por isso seja tão raro encontrar o tão propalado amor, aquele com que sonham os poetas.
O encontro das peles é bem mais fácil que o encontro das almas.
O fluxo energético que emana dos corpos é paradisíaco e, se associado ao encontro que emana  das mentes, é absolutamente mágico!
Nada mais falso do que imaginar que os opostos se atraem.
Somos todos narcisistas, em maior ou menor grau, e o  que nos fascina mesmo  é encontrar refletido no espelho alguém parecido conosco, não só nas nossas contradições, mas, principalmente, nas nossas singularidades.
A face oculta de cada um é um manancial de surpresas.
Somente quando incorporamos em nós o “outro” é que nos identificamos como nós mesmos, livres de máscaras sociais para os momentos ditos apropriados.
Lindas essas reações de construção e desconstrução que se processam na nossa mente e que fazem com que a vida seja uma benção se valorizados os momentos únicos que ela pode oferecer!
Essas multifacetas do ser humano o tornam o animal mais atraente da face da terra.
O que mais se ouve são as lamentações de termos convivido tantos anos com alguém e não chegamos a conhecê-lo de fato.
Será que realmente estávamos interessados nisso, ou apenas  nele colocávamos uma fantasia  que no fundo só servia para nos manter numa zona de conforto?
Imagino que na busca de reais encontros há que valorizar “o ser”, e não, “o ter”, coisa não muito frequente na nossa tão falada sociedade de consumo, cujo grande lema é “tempo é dinheiro”.
Só muito mais tarde, no ocaso da vida, vamos nos dar conta de quão falsas são essas palavras.
A própria natureza começa a nos dar indícios que estamos no caminho errado, infringindo todas as suas leis de sobrevivência.
Com o avançar dos anos, cada vez mais vamos fazendo o balanço de nossas vidas e constatamos que apenas os momentos em que conseguimos nos entregar a uma real autenticidade é que foram os realmente plenos.
O tempo que perdemos em ter coisas, apenas nos afasta e nos aliena das verdadeiras descobertas emocionais para as quais fomos programados e que, com certeza, é o ápice de nossa existência.

Gabriel Novis Neves
31-08-2013

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