Há
muito não vemos momentos tão delicados no setor judicial de nosso país em que
um ministro da mais alta corte fica, através do seu voto, com a
responsabilidade de um julgamento de tamanha importância.
Sim,
porque anulada a credibilidade já tão arranhada da justiça em virtude dos
últimos desmandos, pouca coisa mais resta a não serem frustrações e
desesperanças generalizadas.
Quando
a justiça perde a credibilidade, todos os outros poderes desabam sucessivamente.
Estamos
no limiar dessa insatisfação já que a mais alta corte do país não consegue
cumprir o seu papel prioritário, refazendo a todo o momento os seus parâmetros
de julgamento.
Triste
e preocupante a situação de um povo que oprimido pelo Estado, já não tem mais
em quem depositar as suas esperanças.
Apesar
de estarem em julgamento algumas figuras de relevância no combate recente aos
vinte anos de ditadura que assolaram o país e tantas outras também já
condenadas, é importante entender que são pessoas, todas, incriminadas em lesão
do erário público.
Ousaria
mesmo dizer que do voto do Ministro Celso de Melo, dependerá o rumo político de
toda uma era.
A
sociedade civil não mais aguenta o desprezo com o qual vem sendo tratada.
Se
ela se afastou das ruas, isso não significa que ela esteja omissa, e sim
temerosa com os rumos violentos para onde têm caminhado as últimas
manifestações.
Nem
sabemos a origem real de uns poucos black blocs que insistem em destruir
patrimônio e desencadear ações repressivas violentas de uma policia truculenta,
despreparada para manifestações democráticas.
A
grande massa popular se mostrou ordeira e principalmente cônscia das suas
justas reivindicações, apenas tendo ao que parece se afastado temporariamente
das ruas não só para se mostrar contrária a movimentos anárquicos, mas também
para não ser asfixiada pelas ondas de gás lacrimogênio fartamente distribuídas.
Talvez até fosse essa a intenção do poder, que historicamente usa de todas as
artimanhas para calar a voz do povo.
O
nosso Congresso, abrigando um presidiário, deveria estar cercado por grades e
não por parlamentares em sua grande maioria, descompromissados com o bem
público, vinculados essencialmente com corrupção e corporativismo.
Que
as nossas autoridades se acautelem, pois a carneirada não é a mesma do passado.
Não
é prudente minimizar a insatisfação popular, que é nítida para quem tem um
olhar atento.
Os
limites populares são sempre imprevisíveis e, a história está ai para confirmar
isso.
No
atual mundo digital, tudo pode acontecer do inesperado.
Protestos
populares de resultados imprevisíveis através das redes sociais são planejados
em horas.
Desse
julgamento a ser realizado hoje pelo Supremo Tribunal Federal, presidido pelo
ilustre Ministro Joaquim Barbosa, com o voto do eminente decano Celso de Melo
teremos ou não a chave da tão almejada justiça social.
Aguardemos,
portanto, que alguém de bom senso consiga manter digno esse pilar fundamental,
que é o poder judiciário de uma nação.
Gabriel
Novis Neves
14-09-2013
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