sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CHUVA FINA

A despedida do inverno parecia inverno. Chuva fina, ventos fortes, temperatura amena. Cerração nas cidades montanhosas e suas vizinhas. Até as praias apresentavam baixa visibilidade.
Os meteorologistas, que com tecnologia atual não falham, assim anunciaram a chegada da primavera, estação de preparo para o verão, sinônimo de férias e festas sem fim.
Pessoas apressadas procuravam abrigo seguro para retornarem às suas casas.
Os mais afortunados, numa cidade grande, conseguem táxi, extremamente raros nos dias chuvosos. Por que será?
O melhor mesmo é ficar em casa nesses dias em que a natureza nos faz mais aconchegante.
Ociosidade, nem pensar!
O tempo é que é muito curto para se desfrutar de tudo que um verdadeiro lar tem a nos oferecer.
A arte do diálogo, por si só, já preenche de alegria todas as nossas necessidades intelectuais. Como se não bastasse, os programas televisivos ficam altamente atraentes em dias de decisões políticas para o país, quando a mídia se esmera em debates brilhantes. O mesmo acontece à noite para os amantes do futebol, desde que estes não sejam torcedores do Bota.
O tempo é curto. O sono chega. A noite finda para surgir  um novo dia.
Jornais na mesa do café da manhã. A frustração de um país descrente  pela decepção da derrota.
Manchetes fúteis encobrem a tristeza generalizada que domina a nação das impunidades dos poderosos.
Lá se foi o meu tempo nesta bela cidade pré-primavera.
Retorno para a região das duas únicas estações do ano: calor com chuva e calor sem chuva.
Assim é a natureza com seus caprichos e o ser humano com as suas múltiplas facetas.

Gabriel Novis Neves
19-09-2013

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