segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Édipo e Electra

Os Complexos de Édipo e Electra ocorrem na segunda infância. Nessa fase a criança atinge o período sexual fálico e, se dando conta das diferenças entre os sexos, passa a fixar sua atenção, em termos de libido, no próprio ambiente familiar - nas pessoas do sexo oposto.
No caso do filho, projetado para a mãe, seria o Complexo de Édipo, e da filha com o pai Complexo de Electra.
Isso é visível em todos os lares, e considerado saudável desde que, gradativamente, com a chegada da adolescência, esses ídolos sejam substituídos e, assim, se desenvolva uma sexualidade dirigida a outros objetos de desejo.
A rigor, esses conceitos foram descritos por Freud, e recebeu a designação de Complexos por Carl Yung, seu companheiro de estudos.
Conta a mitologia grega que Electra, filha de Agamenon, desejava que seu irmão vingasse a morte do pai de ambos, matando a mãe Clymnestra e seu amante Egisto. Assim teria sido assassinado Agamenon.
No caso do complexo de Édipo, com certeza todos já viram a encenação teatral do Édipo Rei, em que o filho mata o pai e se casa com a mãe Jocasta.
Estudos psicanalíticos correlacionam inúmeros distúrbios emocionais, que perduram por toda a vida, em pessoas que não trabalharam bem as suas fantasias infantis.
Segundo Freud, quando o casal tem uma relação desequilibrada afetivamente, a filha tenta seduzir o pai, e a mãe até incentiva essa relação esposa-filha, tão idealizada pelo pai.
Claro que essas projeções iniciais vão se dissipando até que, na vida adulta, esses familiares sejam substituídos por vínculos emocionais possíveis, através de casamentos ou de uniões estáveis.
Inúmeras combinações neuróticas podem advir em função dessas patologias.
No caso do Complexo de Electra, o mais comum é que, num casal com relacionamento desarmônico, se crie, inconscientemente, uma imagem negativa do pai. Isso pode acontecer em virtude da mãe se tornar enciumada, dada a cumplicidade pai-filha.
A filha passa a não ter um referencial positivo do pai, principalmente a não valorizá-lo como homem. Estabelece-se assim o grande conflito entre amor e ódio e que causará, a essa futura mulher, grandes distúrbios na sua posterior vida sexual afetiva futura.
Na vida prática, nos deparamos com um sem número de casos e, nós médicos, sabemos bem dos grandes estragos daí decorrentes.
Filhos que passam a vida projetando nas suas esposas a semelhança com o modelo materno, no caso do Complexo de Édipo, e filhas projetando nos seus maridos a figura idealizada do pai, no caso do Complexo de Electra.
Claro que ambos estarão fadados ao desencanto, já que as idealizações são sempre muito distantes da realidade.
Como existem mecanismos inconscientes que fazem com que essas pessoas não consigam se desvencilhar de seus modelos neuróticos, somente terapias intensas poderão a elas restituir paz e entendimento.
Há que se ter humildade para reconhecer a necessidade de ajuda e procurar gente especializada para tal.

Gabriel Novis Neves
03-08-2013

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