A
grande emoção de quem tem o hábito de escrever - quer seja um artigo, uma
crônica ou um livro - é entregar a sua produção imediatamente para adoção.
Nesse
sentido, a arte de escrever é um ato de pura doação.
Como
os filhos que lançamos ao mundo, após julgá-los aptos, assim os textos
produzidos ganham vida própria e também são lançados ao mundo. São amados ou
não, na medida em que consigam tocar àqueles que os leem.
Essa
é a beleza do ato da criação. Ambos, se aprisionados, fenecem antes do total
florescimento.
Quantos
diários ocultos poderiam ter se tornado importantes obras literárias! As
ideias, como as pessoas, só florescem na liberdade.
O
ser encarcerado pelos seus pensamentos, o máximo que consegue é transformá-los
em toxinas, na maioria das vezes altamente prejudiciais ao nosso organismo.
Na
criação das ideias a posologia é totalmente livre, enquanto os efeitos
colaterais são sempre surpreendentes.
Teremos
os nossos textos tanto mais adotados quanto maior empatia conseguirmos com os
nossos interlocutores silenciosos que, no âmago da sua solidão, passam a
dialogar conosco os seus pontos mais ocultos.
Formadores
de opinião, nem sempre, mas a tentativa de um pensamento mais reflexivo é
sempre a meta.
O
mundo não é importante só por sua existência, mas, principalmente, pelos
bastidores que movimentam esse mundo e o imenso caldeirão de emoções daí
decorrentes. Nesse sentido nos diferenciamos dos outros animais, que não
transformam o que está à sua volta.
Enfim,
na doação da palavra escrita temos por único objetivo agradecer aos que nos
leem. Agradecer as inúmeras palavras carinhosas recebidas e reafirmar que, eles
sim, são os responsáveis por essa nossa catarse, talvez mais produtiva para nós
que para eles.
Inúmeras
são às vezes em que nos regozijamos com manifestações de alegria por termos
colocado em palavras pensamentos que, no seu silêncio sepulcral e
frequentemente culpado, originava conflitos de fácil solução.
Sorte
daqueles que através da comunicação, conseguem fazer essa conexão energética
com seus irmãos planetários.
Esperamos
continuar nessa tarefa, enquanto palpitar nosso coração.
Gabriel Novis Neves
31-01-2013
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