segunda-feira, 11 de março de 2013

Luz vermelha


Acendeu a luz vermelha para a conclusão das obras da Copa no tempo previsto.
Sem dinheiro, temendo um enorme desastre político e, após constatar que apenas duas obras estão com o seu cronograma em dia, o governo do Estado não sabe mais o que fazer.
O problema central é a falta de dinheiro para tocar o serviço.
A displicência e desinteresse do governo federal no repasse de verbas, a prefeitura sem condições mínimas de arrumar algum e o governo do Estado ultrapassando todos os níveis de endividamento, fizeram soar a sirene do perigo iminente.
Dificuldades até então camufladas com o movimento mínimo das obras físicas, começaram a eclodir.
Comentários a conta-gotas surgiram recentemente com relação à carência de leitos hospitalares e hoteleiros.
Fala-se em um aumento de cem leitos para atender todos os casos de saúde na grande Cuiabá. Caso típico de amostra grátis de medicamentos que os médicos recebem em seus consultórios, e que não servem para um tratamento.
Quanto aos hotéis, a solução que se discute é conseguir com famílias quartos disponíveis que funcionariam no sistema de pernoite, banho e café da manhã.
É pouco para o maior evento esportivo do planeta.
Uma interrogação que perambula pela cidade: o que fazer com os nossos visitantes - setenta mil são esperados - em uma cidade sem a mínima estrutura para o turismo e cujos poucos pontos culturais estão quase totalmente abandonados?
Tanto o Estado como o município possuem suas respectivas secretarias de Turismo e Cultura, com um orçamento que mal dá para pagar os seus barnabés.
Chegou o momento de aposentar temporariamente as vaidades. Unidas, essas unidades ficariam com um responsável e com recursos financeiros para restaurar os nossos monumentos históricos e pontos turísticos, abundantes nesta cidade escondida pelos interesses pessoais e péssimo destino do dinheiro público.
Cuiabá tem quase trezentos anos de história e cultura. Seus pontos turísticos continuam ignorados pelos nossos governantes, embora de uma invejável riqueza.
Esporte também é cultura, e Cuiabá merece respeito.
Façamos alguma coisa para que não paguemos o mico da Copa do Pantanal.

Gabriel Novis Neves
03-03-2013

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