domingo, 17 de março de 2013

Adultério


Incrível que tenhamos chegado ao século XXI imbuídos pelos mesmos conceitos arcaicos que vêm assolando a humanidade através dos tempos.
O mito do adultério é um deles.
A pecha de adúltera era aplicada somente às mulheres, uma vez que os frutos oriundos de relações sexuais que não fossem os do casamento punham em risco a economia familiar, na época absolutamente machista.
Já para o homem, o adultério seria uma coisa normal, uma vez que não afetaria as leis de herança de sua prole oficializada pelo casamento convencional - até o aparecimento do exame de sangue que identifica a paternidade (DNA).
As mulheres se sentiam em posição confortável, mesmo sabendo que seus respectivos maridos eram possuidores de um harém.
Assegurada a preservação da economia do clã, tudo se encaixava nas devidas regras contratuais, assinadas por ambos os cônjuges, inclusive com sua cláusula maior, “até que a morte os separe”, tudo isso diante de testemunhas, como acontece nos contratos comerciais.
Consta, inclusive, que esta seria a maior razão para impedir que a igreja católica aceitasse o casamento de eclesiásticos, já que os bens, normalmente das igrejas, passariam para esposas e filhos de padres. Faz bastante sentido.
Com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, mudaram drasticamente as relações no casamento e, principalmente, o conceito de adultério, já agora questionado por aquelas que dividem as despesas familiares e, até algumas vezes, responsáveis pela sua total manutenção.
O mito da poligamia continuou, só que agora assombrado pelo mito da poliandria.
Enfim, tudo mudou drasticamente.
Apenas a instituição casamento continuou obsoleta e, não por acaso, vem se esfacelando através dos tempos.
Já é grande o número de jovens que prefere uma experiência conjugal fora das regras pré-estabelecidas de um “enquanto dure”, ao invés de um “até que a morte nos separe”.
Quanto aos preconceitos, que o homem pós-moderno passe a entender que só existe uma real posse no mundo, a posse de si mesmo, de seus pensamentos, seus sonhos e seus desejos.
Tudo o mais não passa de mentiras que nos fizeram acreditar, e com as quais convivemos com muita dificuldade.
Einstein já dizia que “era mais fácil destruir um átomo do que a estupidez humana”.

Gabriel Novis Neves
01-03-2013

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