Foi
instituído o dia 14 de março como o “Dia Mundial do Rim”.
Por
aqui não tivemos nada a festejar. Basta lembrar o desmonte patrocinado pelo
governo do Estado de um hospital que há vinte anos vinha prestando serviços à
nossa população pobre.
Estou
me referindo ao antigo Hospital Geral. Ele foi o pioneiro em transplante de
rim, em uma época em que as condições tecnológicas e humanas eram bem difíceis.
Depois,
em outro momento, o Hospital Santa Rosa passou a ser referência em transplantes
de rim no Estado. Para isso, mantinha um quadro de pessoal multidisciplinar,
equipamentos modernos e espaço físico adequado para esse atendimento.
O
Hospital Santa Helena, com apoio do seu serviço de hemodiálise, também chegou a
realizar esse procedimento cirúrgico com sucesso.
Infelizmente,
tudo acabou. Há mais de três anos não é realizado nenhum transplante de rim em
Cuiabá, e não há previsão da retomada dessa atividade.
No
ano passado, durante o período eleitoral para a eleição do nosso prefeito, o
governo do Estado anunciou que o Ministério da Saúde havia autorizado as obras
e funcionamento imediato do Hospital de Transplantes, no prédio do Hospital
Neurológico Egas Muniz.
Passadas
as eleições não se fala mais no hospital autorizado pelo Ministério da Saúde, cujos
recursos, naqueles discursos, já estavam no Tesouro do Estado.
Em
Cuiabá existe funcionando quatro clínicas de hemodiálise, e no interior este
serviço atende apenas sete municípios, dos nossos cento e quarenta e um.
A
sobrecarga de pacientes que chegam a Cuiabá em busca desse tratamento é enorme.
A diálise é um tratamento muitas vezes paliativo, que ajuda o paciente a
aguardar um transplante renal.
Não
possuímos sequer equipes habilitadas e autorizadas a retirar os órgãos para
transplantes, que poderiam ser doados a outros centros.
Perdemos
inúmeras vezes oportunidades de doar órgãos e salvar vidas, mas diante do
descaso do governo as esperanças de muitos pacientes renais desaparecem antes
da sua morte física.
E
o atraso dos repasses da saúde para os municípios que trabalham com a diálise
renal continuam, para desespero das instituições que realizam esse serviço.
Hospitais,
mesmo com falta de pagamento, só fecham as suas portas quando falidos.
Portanto,
infelizmente não tivemos motivos para comemorar no Dia Mundial do Rim.
Ninguém
irá cobrar sobre o Hospital de Transplantes de Cuiabá, e que atenderia todo o
Estado? Os recursos dizem que já existem.
Ou
aquele anúncio foi mais um ato de demagogia política com a saúde do pobre?
Gabriel Novis Neves
14-03-2013
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