sábado, 30 de março de 2013

CALÇADAS


Há mais de meio século as calçadas de Cuiabá estão em péssimo estado de conservação. Em alguns trechos da via pública simplesmente elas não existem.
Parece que, finalmente, nossas autoridades competentes descobriram que elas foram feitas para pedestres, e não para hospedar buracos, veículos e outros corpos estranhos. Resolveram, então, colocar em prática o Código de Postura do Município.
Grande parte das calçadas da nossa capital é impraticável ao trânsito de pessoas. Muitas, num total desrespeito aos padrões estabelecidos pelo Código de Postura, simplesmente invadem o espaço do passeio destinado aos pedestres. Outras chegam ao cúmulo de possuírem degraus e rampas. Um verdadeiro desafio perambular por elas, principalmente, para idosos e cadeirantes.
Não conheço nenhum andarilho que já não tenha sido vítima de uma queda nas nossas irregulares e descuidadas calçadas.
Há dois anos fui premiado com um tombo. Tropecei num buraco que me deixou de herança duas costelas fraturadas e uma contusão no punho da mão esquerda, com direito a seis meses de fisioterapia.
Existe uma calçada em um bairro nobre de Cuiabá que para o pedestre não ser atropelado por um veículo, é necessário andar de lado.
Outras calçadas apresentam enormes floreiras bem no seu centro, limitando, e muito, a área dos transeuntes e tornam-se, não em um enfeite, mas em um grande empecilho para se caminhar com segurança. Não contando com todo tipo de comércio calçadeiro.
Sem falar, claro, que muitos condutores de veículos acham que calçada é estacionamento.
Essas infrações ao famoso Código de Postura acontecem pela falta de educação e desrespeito com a coisa pública.
Nada atinge os infratores, pois essa gente tem sempre um santo protetor no oratório das casas do poder.
As piores calçadas da cidade estão localizadas na Prainha, que é oficialmente a Avenida Tenente Coronel Duarte, centro comercial de Cuiabá.
Lá, o governo não precisará intimar ninguém a arrumar a sua calçada. Muitos estabelecimentos comerciais serão desapropriados para a passagem dos trilhos do VLT. Interessante saber que a avaliação de vinte imóveis a serem desapropriados foi de apenas cinco milhões de reais.
 Se o proprietário não concordar com o preço do governo, o prédio será demolido, o comerciante expulso do seu ponto de trabalho sem dinheiro, e o valor discutido na justiça.
Justiça social é assim.
E a prefeitura? Resolverá um problema tão simples como este das calçadas, ou vai continuar tudo como está?
Calçada arrumada também é saúde.

Gabriel Novis Neves
14-03-2013

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