Há
mais de meio século as calçadas de Cuiabá estão em péssimo estado de
conservação. Em alguns trechos da via pública simplesmente elas não existem.
Parece
que, finalmente, nossas autoridades competentes descobriram que elas foram
feitas para pedestres, e não para hospedar buracos, veículos e outros corpos
estranhos. Resolveram, então, colocar em prática o Código de Postura do
Município.
Grande
parte das calçadas da nossa capital é impraticável ao trânsito de pessoas.
Muitas, num total desrespeito aos padrões estabelecidos pelo Código de Postura,
simplesmente invadem o espaço do passeio destinado aos pedestres. Outras chegam
ao cúmulo de possuírem degraus e rampas. Um verdadeiro desafio perambular por
elas, principalmente, para idosos e cadeirantes.
Não
conheço nenhum andarilho que já não tenha sido vítima de uma queda nas nossas
irregulares e descuidadas calçadas.
Há
dois anos fui premiado com um tombo. Tropecei num buraco que me deixou de
herança duas costelas fraturadas e uma contusão no punho da mão esquerda, com
direito a seis meses de fisioterapia.
Existe
uma calçada em um bairro nobre de Cuiabá que para o pedestre não ser atropelado
por um veículo, é necessário andar de lado.
Outras
calçadas apresentam enormes floreiras bem no seu centro, limitando, e muito, a
área dos transeuntes e tornam-se, não em um enfeite, mas em um grande empecilho
para se caminhar com segurança. Não contando com todo tipo de comércio calçadeiro.
Sem
falar, claro, que muitos condutores de veículos acham que calçada é
estacionamento.
Essas
infrações ao famoso Código de Postura acontecem pela falta de educação e
desrespeito com a coisa pública.
Nada
atinge os infratores, pois essa gente tem sempre um santo protetor no oratório
das casas do poder.
As
piores calçadas da cidade estão localizadas na Prainha, que é oficialmente a
Avenida Tenente Coronel Duarte, centro comercial de Cuiabá.
Lá,
o governo não precisará intimar ninguém a arrumar a sua calçada. Muitos
estabelecimentos comerciais serão desapropriados para a passagem dos trilhos do
VLT. Interessante saber que a avaliação de vinte imóveis a serem
desapropriados foi de apenas cinco milhões de reais.
Se
o proprietário não concordar com o preço do governo, o prédio será demolido, o
comerciante expulso do seu ponto de trabalho sem dinheiro, e o valor discutido
na justiça.
Justiça
social é assim.
E
a prefeitura? Resolverá um problema tão simples como este das calçadas, ou vai
continuar tudo como está?
Calçada
arrumada também é saúde.
Gabriel Novis Neves
14-03-2013
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