quinta-feira, 7 de março de 2013

Mauro vai às ruas


Estes últimos dias de fevereiro valeram a pena para o prefeito e seus principais auxiliares.
Trancafiaram-se em um hotel cinco estrelas e permaneceram um dia inteiro trabalhando - com pequeno intervalo para o almoço.
O resultado foi uma radiografia atual da cidade. E a conclusão a que todos chegaram é que o Mauro precisa administrar Cuiabá dos bairros, longe do Palácio Alencastro. Só assim terá condições de tomar decisões acertadas e inadiáveis.
O prefeito encontrará policlínicas sem médicos, medicamentos e paramédicos.
Escolas caindo aos pedaços e o ano letivo atrasado por falta de salas de aulas.
Ruas esburacadas, muitas intransitáveis. Residências sem água para beber, lixo sem coleta e a segurança pública ausente, com alguns pontos de iluminação pública.
O pior de tudo será observar a imagem de sofrimento e desesperança estampada no rosto dos nossos munícipes.
Estes são os principais problemas de bairros privilegiados de Cuiabá. A maioria deles vive no mais completo e absoluto abandono, só contando com a proteção divina.
Agora as perguntas que a população tem todo o direito de fazer: onde estão trabalhando os médicos que o prefeito autorizou contratar?
E o edital de um novo concurso público para corrigir esta desumanidade?
O município paga um dos melhores salários aos seus vereadores (mais de quarenta mil reais por mês), e não consegue colocar um clínico em uma Policlínica?
Não acredito que o problema seja apenas o salário humilhante oferecido ao profissional de saúde.
Faltam, principalmente, condições de trabalho a esses profissionais diferenciados, e, acima de tudo, respeito.
O médico é produto de um curso superior longo. O seu preparo para ingressar no mercado de trabalho leva em média dez anos, de muito estudo, sacrifício, dedicação, despojamento e vocação.
A situação no grande gargalo da administração pública, que é a saúde, tem tudo para piorar.
Existe um consenso no governo de que esses profissionais serão contratados por empresas públicas, tipo as ilegais Organizações Sociais da Saúde (OSS).
Muitos me criticam dizendo que defendo a valorização do trabalho médico por corporativismo.
Acontece que o sistema trata este profissional como material barato e descartável.
Desconhecem esses idiotas, “cuja idiotice é vital para a felicidade”, que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei transformando a carreira do médico em carreira de Estado.
É o que acontece com o Ministério Público, Fazenda, Polícia Federal e tantos outros órgãos.
Os iluminados empresários do poder, em nome de uma falsa produtividade, querem é acabar de uma vez por todas com a possibilidade dos pobres, e da famosa classe média, contarem com um serviço público de qualidade.
É salutar que o prefeito vá às ruas e ouça a opinião da população sem intermediários.
Antes, seria conveniente o uso de uma boa dose de Lexotan para evitar crises emocionais e frustrações.
É uma vergonha que esta cidade não consiga colocar em funcionamento um simples posto de saúde.
As desculpas são as de sempre. Há falta de médicos. Os medicamentos estão em falta. O prédio entrará em reforma, e outras desse nível.
Projetando esse quadro terrível e desafiador para os outros setores citados, teremos o que precisa a população da minha cidade.
Vá pra rua, Mauro Mendes!
Fuja do Alencastro e do fisiologismo da política dos coronéis. Governe com o povo, para o povo e salve esta cidade do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Proíba tapinhas nas costas e amigos com soluções milagrosas. Não se esqueça de que administrar gente é muito diferente de controlar empresa privada.
Lembre-se senhor prefeito, que “as boas intenções têm sido a ruína do mundo”.

Gabriel Novis Neves
26-02-2013

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