Estes
últimos dias de fevereiro valeram a pena para o prefeito e seus principais
auxiliares.
Trancafiaram-se
em um hotel cinco estrelas e permaneceram um dia inteiro trabalhando - com
pequeno intervalo para o almoço.
O
resultado foi uma radiografia atual da cidade. E a conclusão a que todos
chegaram é que o Mauro precisa administrar Cuiabá dos bairros, longe do Palácio
Alencastro. Só assim terá condições de tomar decisões acertadas e inadiáveis.
O
prefeito encontrará policlínicas sem médicos, medicamentos e paramédicos.
Escolas
caindo aos pedaços e o ano letivo atrasado por falta de salas de aulas.
Ruas
esburacadas, muitas intransitáveis. Residências sem água para beber, lixo sem
coleta e a segurança pública ausente, com alguns pontos de iluminação pública.
O
pior de tudo será observar a imagem de sofrimento e desesperança estampada no
rosto dos nossos munícipes.
Estes
são os principais problemas de bairros privilegiados de Cuiabá. A maioria deles
vive no mais completo e absoluto abandono, só contando com a proteção divina.
Agora
as perguntas que a população tem todo o direito de fazer: onde estão
trabalhando os médicos que o prefeito autorizou contratar?
E
o edital de um novo concurso público para corrigir esta desumanidade?
O
município paga um dos melhores salários aos seus vereadores (mais de quarenta
mil reais por mês), e não consegue colocar um clínico em uma Policlínica?
Não
acredito que o problema seja apenas o salário humilhante oferecido ao
profissional de saúde.
Faltam,
principalmente, condições de trabalho a esses profissionais diferenciados, e,
acima de tudo, respeito.
O
médico é produto de um curso superior longo. O seu preparo para ingressar no
mercado de trabalho leva em média dez anos, de muito estudo, sacrifício,
dedicação, despojamento e vocação.
A
situação no grande gargalo da administração pública, que é a saúde, tem tudo
para piorar.
Existe
um consenso no governo de que esses profissionais serão contratados por
empresas públicas, tipo as ilegais Organizações Sociais da Saúde (OSS).
Muitos
me criticam dizendo que defendo a valorização do trabalho médico por
corporativismo.
Acontece
que o sistema trata este profissional como material barato e descartável.
Desconhecem
esses idiotas, “cuja idiotice é vital para a felicidade”, que tramita no
Congresso Nacional um projeto de lei transformando a carreira do médico em
carreira de Estado.
É
o que acontece com o Ministério Público, Fazenda, Polícia Federal e tantos
outros órgãos.
Os
iluminados empresários do poder, em nome de uma falsa produtividade, querem é
acabar de uma vez por todas com a possibilidade dos pobres, e da famosa classe
média, contarem com um serviço público de qualidade.
É
salutar que o prefeito vá às ruas e ouça a opinião da população sem intermediários.
Antes,
seria conveniente o uso de uma boa dose de Lexotan para evitar crises
emocionais e frustrações.
É
uma vergonha que esta cidade não consiga colocar em funcionamento um simples
posto de saúde.
As
desculpas são as de sempre. Há falta de médicos. Os medicamentos estão em
falta. O prédio entrará em reforma, e outras desse nível.
Projetando
esse quadro terrível e desafiador para os outros setores citados, teremos o que
precisa a população da minha cidade.
Vá
pra rua, Mauro Mendes!
Fuja
do Alencastro e do fisiologismo da política dos coronéis. Governe com o povo,
para o povo e salve esta cidade do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Proíba
tapinhas nas costas e amigos com soluções milagrosas. Não se esqueça de que
administrar gente é muito diferente de controlar empresa privada.
Lembre-se
senhor prefeito, que “as boas intenções têm sido a ruína do mundo”.
Gabriel Novis Neves
26-02-2013
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