Não
havia necessidade do prefeito Mauro Mendes sofrer tamanho desgaste político
logo no início do seu mandato.
No
sentido de “acertar” o trâmite de projetos do Executivo na Câmara Municipal,
meteu-se num imbróglio que o deixou muito mal perante os seus eleitores.
Com
a credibilidade da qual se fez merecedor, sucesso nos seus negócios privados e
vontade para trabalhar, envolveu-se no acintoso aumento de salários dos
vereadores, acrescido da ilegal verba indenizatória exigida por eles. Se os
vereadores deixassem de lado a ganância, o prefeito Mauro Mendes poderia
construir algo em benefício da coletividade.
O
pior é que essa ilegal verba indenizatória, que é um artifício primário para
aumentar o salário de alguns marajás da pobre administração municipal, será
estendido aos secretários municipais e outros funcionários considerados do
primeiro escalão do governo municipal.
Diante
do desgaste sofrido perante a opinião pública, que cobra apenas austeridade no
gasto com o seu dinheiro, o nosso prefeito anunciou que doará a sua verba
indenizatória para entidades filantrópicas, pois é rico e não precisa de
salário da prefeitura para viver, e bem.
O
problema é que mesmo doando o que recebe ilegalmente, oferece cobertura
jurídica e política para o desmoralizante efeito cascata dessa medida feita
para alguns.
Justiça
se faça. Esse método de aumentar ilegalmente salários já de há muito tempo é
feito pela Justiça, Executivo e Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Os
seus favorecidos recebem dinheiro extra dos cofres públicos e entendem que não
tem que prestar contas a ninguém, caracterizando assim aumento salarial.
Verba
indenizatória pela Constituição Brasileira obriga o servidor a explicar como
gastou aquele dinheiro do povo.
Salário,
não. Você é livre e não deve satisfação a ninguém sobre os seus hábitos de
consumo.
Esse
remendo regimental, cujo único objetivo foi aumentar salários de alguns
servidores, deveria ser explicado pelo prefeito, que tem o apoio da maioria da
população dessa cidade, e não, doando a sua parte.
Sr.
Prefeito! Fale ao povo sobre as negociações de bastidores. Fale que o Executivo
Municipal recriou esse benefício atendendo a um pedido feito pelos vereadores,
que querem por fim a um impasse com o Ministério Público Estadual (MPE).
O
pagador de impostos quer saber como funciona a relação entre o Executivo e o
Legislativo Municipal.
Não
deixa que aconteça aqui o que aconteceu com o Tiririca. Montado em mais de um
milhão de votos para a Câmara Federal, o mais votado do Brasil, só se elegeu
para saber o que fazia um deputado federal.
Quando
descobriu, declarou que jamais teria se candidatado. Preferiria ter continuado
a trabalhar no circo.
Belo
exemplo de cidadania do nosso palhaço!
Também
não nos deixa impressionados a confissão da Presidente da República.
Disse ela que para fazer política há necessidade de se negociar até com o
diabo.
Estamos
assistindo a gestação de uma administração com hidrocefalia. A massa
trabalhadora, composta por pequenos servidores, não suportará o peso dessa
anomalia e sucumbirá abraçada aos seus raquíticos e nanicos holerites.
Ainda
há tempo para uma virada nesse antiquado modelo de gestão do toma- lá- dá- cá.
O
povo espera isso de você, prefeito! Ou extinguimos da administração pública
esses velhos hábitos políticos maléficos, com um jovem empreendedor e eficiente
empresário, ou estaremos condenados a conviver eternamente com as desigualdades
sociais em governos para poucos e sacrifícios para muitos.
Transforme
Cuiabá, Mauro Mendes!
Todos
acreditam e esperam isso de você.
Exorcize
o desgaste que está assumindo em nome de uma “tradição”, que tem que ser
interrompida, em respeito à ética e modernidade.
Repudie
o “sempre foi assim” em nome do futuro desta cidade.
Gabriel Novis Neves
22-03-2013
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