O
termo acabrunhado, aliás, muito pouco usado, mostra bem o estado de espírito em
que se encontram os brasileiros mais sensíveis.
Uma
mistura de timidez com apatia justifica bem o desencanto que as novas práticas
políticas vigentes nos trouxeram.
Cinismo
generalizado - moda no mundo pós-moderno - nos mostram criaturas
desinteressadas pelo momento presente e, o mais grave, incrédulas num futuro
promissor.
A
participação plena na cidadania, e também nas demais atividades na vida,
precisa, prioritariamente, de entrega total ao que se faz.
Quando
condições adversas de desencanto tomam conta dos nossos sentimentos,
imediatamente o nosso sistema nervoso reage através de apatia ou de violência.
Estamos
observando no momento a hipertrofia de ambas, igualmente maléficas.
No
âmbito pessoal, dado os grandes desencontros afetivos que a sociedade moderna
nos propõe, o acabrunhado é uma figura muito comum, fruto de uma sequência de
ansiedades e decepções.
O
nível fantasioso, de um modo geral é muito alto. Manifesta-se desde a infância
e vai sendo estimulado pela vida afora. Somos constantemente tentados a comprar
estados de felicidade perenes que nos oferecem, seja através de aquisições de
objetos de consumo, seja através da propaganda do erotismo, seja através da
hipertrofia das relações afetivo-sexuais.
Como
sempre, as expectativas são sempre muito maiores que a realidade.
Daí
resulta porque vemos com tanta frequência os chamados acabrunhados ambulantes,
um bando de seres vagando do pouco para o nada e nos quais está ausente o lindo
brilho do olhar.
Nesse
contexto, é fácil entender esse estado de acabrunhamento, já que as forças
necessárias para o desenvolvimento da plena cidadania vão se perdendo na
avalanche aterradora dos fatos.
Enfrentamento
demanda sempre muita saúde física e mental.
Gabriel Novis Neves
15-03-2013
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