Quando
alguma expectativa de transformação era frustrada, às vezes prematuramente, os
antigos de Cuiabá comentavam que iríamos continuar na mesma inhanha.
Os
erros do passado não seriam corrigidos e tudo seguiria à revelia dos nossos
sonhos.
O
período de resguardo de uma puérpera é de quarenta dias, chamado também de
quarentena, quando todas as atenções são dirigidas ao novo rebento e à saúde da
mãe.
Passado
esse período a vida continuava normalmente como ela é.
Cuiabá
está com uma nova administração há mais de dois meses. Já deu para mostrar os
seus traços genéticos. Pelo jeito, em termos de transformações sociais,
continuaremos na mesma inhanha.
O
círculo vicioso, governo federal, estadual e municipal não será alterado num
ponto crucial, e que é a grande bandeira do nosso prefeito: os recursos
financeiros para a saúde pública.
O
governo central arrecada as nossas riquezas. Depois, por critérios políticos,
repassa migalhas desse dinheiro ao governo do Estado e município.
Resultado
observado após a quarentena: os repasses financeiros que o município recebe do
governo federal e estadual continuam como dantes, isto é, insuficientes e
sempre em atraso.
Governo
caloteiro perde a credibilidade e desmonta a estrutura técnica de sustentação
aos seus programas.
A
situação mais gritante são os atrasos aos prestadores de serviços à saúde. Os
hospitais estão sem receber os benditos repasses, e alguns serviços essenciais,
como os centros de hemodiálise e UTIs, quase fechando.
A
bomba arrebenta no colo dos municípios, onde moram os cidadãos.
Muitos
dos atuais prefeitos são empresários, e sabem o que significa para uma empresa
realizar um serviço e não receber aquilo que foi contratado.
O
pior é não obter informações sobre o que está acontecendo. Onde fica a tal
parceria e transparência tão repetida pelos nossos governantes?
O
governo do Estado de tanto abusar dessa estratégia com os seus parceiros
empreiteiros, está amargando a paralisação das principais obras da Copa.
A
imagem de governo caloteiro está tão impregnada na memória da nossa gente, que
só aventureiros, ou bem protegidos, se arriscam a prestar serviços ao governo.
Não
entendo como o empresário não se enquadra na administração pública.
A
verdade é que a inhanha, como
tantas outras surgidas nos últimos anos, já tomou conta dos nossos municípios.
Gabriel Novis Neves
15-03-2013
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