Há
alguns dias me peguei surpreso diante de uma entrevista coletiva em rede
nacional de um famoso colunista e jornalista.
Não
tanto pela sua mímica inexpressiva, mas, principalmente, pela emissão de seus
conceitos ácidos sobre os outros e sobre si mesmo.
Era
um jorrar verbal de desencantos que comecei a me perguntar o que leva um ser humano
a ser tão cruel consigo mesmo e com os outros.
Imediatamente,
buscando o meu lado hedonista, me remeti aos vinhos, alguns aveludados e
escorregadios, que causam grande prazer aos que os degustam, e outros rascantes
e agressivos, dependendo do solo em que suas uvas foram “abrigadas”.
Lembrei-me
com tristeza que também fui acometido de crueldade verbal em alguns momentos da
vida achando que, com a minha verdade, estaria expurgando os meus fantasmas e
os de meus semelhantes.
Mas,
muito pelo contrário, o sincericídio apenas ajuda a espalhar desamor e
desencanto.
“Quando
não se pensa no que se diz, se diz o que se pensa.” – Jacinto Benavente –
Espanhol (1866-1954) – Dramaturgo.
As
pessoas que acham que podem dizer qualquer coisa que lhes pareça verdadeira podem
ser, quando muito admiradas, mas amadas, nunca!
Vivemos
intensamente em função de nossas fantasias, nem sempre patológicas, e a simples
destruição delas pode provocar um efeito devastador em nossa personalidade.
Isso
seria, sempre que necessário, uma tarefa para especialistas, que algumas vezes
conseguem transformar tempestades íntimas em amenas chuvas de verão.
Gabriel Novis Neves
21-08-2012
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