A
história do Brasil foi construída, em parte, por inúmeros equívocos históricos.
Pessoas que em nada contribuíram para o desenvolvimento desta nação, passaram
para a posteridade como heróis, por pura força das circunstâncias.
Proliferaram
tanto esses equívocos, que hoje poucos percebem que estão diante de uma
mentira.
Noto
agora uma reação por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) ao tomar decisões
drásticas contra esses erros, abundantes na área política.
Durante
muito tempo muitos indivíduos construíram um vasto império econômico no
exercício de cargos públicos, confundindo o público com o privado e tendo, como
certeza, a impunidade e o silêncio da maioria da mídia corrompida pela taxa de
zelo.
A
situação ética do nosso país chegou a um ponto que, durante o julgamento do
mensalão, o que mais se ouvia era a Oração de Rui Barbosa: “De tanto ver
triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser
honesto”.
Pensem
bem: vergonha de ser honesto!
Em
nosso Estado, parece que estamos enfrentando uma epidemia de equívocos. Estão
em todo o nosso território. A maioria chega com uma mão na frente e outra
atrás. Ao exercerem pequenos cargos públicos, vão logo corrompendo e
dilapidando o patrimônio público, e se transformam em ‘respeitáveis
empresários’, onde os seus bens materiais não constam nas suas contabilidades.
Essa
peculiar situação, tão utilizada no mundo político, é chamada de operação
laranja.
Existe
outra modalidade de equívoco, onde o corruptor mantém uma lista de políticos em
suas folhas de pagamento.
Elegemos
um cidadão para defender os interesses da coletividade e ele passa o tempo do
seu mandato defendendo interesses de grupos empresariais e os seus próprios.
Ainda
há empresários falidos que assumem uma função pública e, ao término do mesmo,
multiplicam por muitas vezes o seu patrimônio.
A
impunidade ficou tão arraigada no mundo político, que um ex-presidente da
Câmara dos Deputados mandou a sua mulher receber dinheiro sujo na boca do cofre
do Banco Rural em Brasília.
Muitos
colocam as suas esposas como proprietárias das suas indústrias para não comprometer
o seu ‘bom conceito’.
Com
a mídia hoje, em parte fora de controle dos poderosos, todos os atos públicos
são publicados, porém pouco lidos. Somos um país de analfabetos, especialmente
digitais.
A
folia de incentivos fiscais, e outros benefícios, nestes últimos dez anos
enriqueceram muita gente neste Estado de equívocos.
O
pior é que atos de improbidade administrativa correm na justiça e qualquer
cidadão tem acesso aos crimes praticados por essas autoridades.
Essa
verdadeira máfia de corrupção é muito competente na hora de vender ao eleitor
os seus pacotes eleitorais.
Não
há santinhos na política partidária, e muitos eleitos não precisam de votos, e
até ficam escondidos até chegar lá.
A
decepção do povo cuiabano não tem precedente com essa história de votar em um
candidato a determinado cargo majoritário e o seu desconhecido vice ou
suplente, sem votos, assume o poder.
É
caso típico de estelionato eleitoral.
O
que mais se ouve nesses casos, é que o político eleito traiu os que votaram
nele, e é farinha da pior qualidade.
Sinto
o reflexo dessas frustrações nessas eleições municipais, as mais emocionais por
envolverem situações locais.
É
visível a frieza e decepção do eleitor com as propostas nunca cumpridas pelos
candidatos.
O
julgamento do mensalão, que expôs as vísceras da política nacional, só levará o
eleitor às urnas por ser o voto obrigatório.
É
perder tempo sair de casa para votar em branco ou anular o voto.
Será
que esses equívocos históricos não perceberam que envelheceram e os seus
métodos de fazer política são pré-republicanos?
Bons
tempos em quem sabíamos em quem estávamos votando!
Gabriel Novis Neves
02-09-2012
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