O
senhor Guido Mantega, aquele que afirmou que investir em educação quebraria o
Brasil, autorizou os Estados brasileiros a aumentarem a sua capacidade de
endividamento.
Esse
montante de recursos seria na ordem de R$ 42.2 bilhões, destinados à construção
de presídios em Parcerias Públicas e Privadas (PPPs) e para a recuperação dos
hospitais públicos.
Quando
não se investe em educação, aumenta-se o número de presídios e hospitais.
Mato
Grosso acrescentará mais R$ 1.2 bilhões nas suas já impagáveis dívidas,
concentradas de maneira vertical nos últimos dois anos.
O
nosso governador, com os recursos destinados à saúde, pretende recuperar
equipamentos hospitalares.
Gostaria
de chamar a atenção para a rubrica, ‘recuperar equipamentos hospitalares. ’
Esses
equipamentos da rede pública estão sucateados, e muitos se perderam com os
anos, encaixotados e colocados em lugares propícios à sua deterioração.
Alguns
novos ficarão mais baratos que os estragados recuperados.
A
vida útil de um equipamento hospitalar é de cinco anos. Nos hospitais de
referência é de apenas um ano. São substituídos por novos aparelhos, filhos do
incrível avanço tecnológico. Quem conhece a realidade da manutenção de
equipamentos hospitalares no setor público, sabe perfeitamente ser impossível
mantê-los saudáveis.
Na
rede privada, um problema técnico em um equipamento, em vinte e quatro horas é
resolvido, com auxílio de empresas especializadas, geralmente de São Paulo.
No
setor público verificamos casos que demoram anos, por falta de recursos e da
burocracia.
Fico
preocupado com o montante de recursos que serão investidos em um setor que
apresenta pré-requisitos para o seu perfeito funcionamento, como operadores
qualificados, espaços especiais para esses equipamentos, manutenção e respeito
pela vida útil dos mesmos.
Outra
preocupação minha é priorizar, na imensa sucata, aqueles equipamentos em que,
realmente, poderemos investir na sua recuperação.
A
recuperação de equipamentos hospitalares, sendo um assunto específico, antes de
aumentar a nossa preocupante dívida, seria importante ouvir a opinião dos
responsáveis por esse setor.
O
governo não é obrigado a aumentar o seu endividamento por estímulos de
Brasília.
Não
acredito que, na construção de presídios, a iniciativa privada irá aceitar a
parceria sem recompensas inviáveis ao Estado.
Para
o Estado que irá investir, sem cobrar impostos, mais de R$ 1.4 bilhões de reais
em alguns quilômetros de VLT em Cuiabá, mais esse endividamento parece uma
ninharia, não fossem outros já tomados para as ‘obras’ da Copa do Mundo.
Façamos
empréstimos, conquanto, não inviabilizemos o desenvolvimento do nosso Estado.
Gabriel Novis Neves
17-08-2012
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