terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mais endividamento


O senhor Guido Mantega, aquele que afirmou que investir em educação quebraria o Brasil, autorizou os Estados brasileiros a aumentarem a sua capacidade de endividamento.
Esse montante de recursos seria na ordem de R$ 42.2 bilhões, destinados à construção de presídios em Parcerias Públicas e Privadas (PPPs) e para a recuperação dos hospitais públicos.
Quando não se investe em educação, aumenta-se o número de presídios e hospitais.
Mato Grosso acrescentará mais R$ 1.2 bilhões nas suas já impagáveis dívidas, concentradas de maneira vertical nos últimos dois anos.
O nosso governador, com os recursos destinados à saúde, pretende recuperar equipamentos hospitalares.
Gostaria de chamar a atenção para a rubrica, ‘recuperar equipamentos hospitalares. ’
Esses equipamentos da rede pública estão sucateados, e muitos se perderam com os anos, encaixotados e colocados em lugares propícios à sua deterioração.
Alguns novos ficarão mais baratos que os estragados recuperados.
A vida útil de um equipamento hospitalar é de cinco anos. Nos hospitais de referência é de apenas um ano. São substituídos por novos aparelhos, filhos do incrível avanço tecnológico. Quem conhece a realidade da manutenção de equipamentos hospitalares no setor público, sabe perfeitamente ser impossível mantê-los saudáveis.
Na rede privada, um problema técnico em um equipamento, em vinte e quatro horas é resolvido, com auxílio de empresas especializadas, geralmente de São Paulo.
No setor público verificamos casos que demoram anos, por falta de recursos e da burocracia.
Fico preocupado com o montante de recursos que serão investidos em um setor que apresenta pré-requisitos para o seu perfeito funcionamento, como operadores qualificados, espaços especiais para esses equipamentos, manutenção e respeito pela vida útil dos mesmos.
Outra preocupação minha é priorizar, na imensa sucata, aqueles equipamentos em que, realmente, poderemos investir na sua recuperação.
A recuperação de equipamentos hospitalares, sendo um assunto específico, antes de aumentar a nossa preocupante dívida, seria importante ouvir a opinião dos responsáveis por esse setor.
O governo não é obrigado a aumentar o seu endividamento por estímulos de Brasília.
Não acredito que, na construção de presídios, a iniciativa privada irá aceitar a parceria sem recompensas inviáveis ao Estado.
Para o Estado que irá investir, sem cobrar impostos, mais de R$ 1.4 bilhões de reais em alguns quilômetros de VLT em Cuiabá, mais esse endividamento parece uma ninharia, não fossem outros já tomados para as ‘obras’ da Copa do Mundo.
Façamos empréstimos, conquanto, não inviabilizemos o desenvolvimento do nosso Estado.

Gabriel Novis Neves
17-08-2012

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