sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Independência do Brasil


No dia 7 de setembro comemoramos a data máxima da nação brasileira - a sua Independência de Portugal.
Passados os anos, e recordando a história das margens do Rio Ipiranga, com o Imperador rumo à cidade de Santos para encontrar com a sua Domitila, surge a pergunta: Independência de quê e de quem?
Os jornais nos informam que no desfile cívico-militar em Brasília, a presidente da República foi fortemente blindada pelo serviço de segurança para evitar que a primeira mandatária deste país sentisse de perto o desconforto dos protestos de servidores públicos em greve.
A presidente, inclusive, pediu para reduzir o tempo do desfile, e demonstrou aborrecimento por ter que ficar tanto tempo exposta, correndo o risco de ser vaiada ou incomodada com os cartazes do mensalão.
A população ficou distante do palanque presidencial, onde a segurança foi reforçada.
Tapumes foram colocados em toda a parte fronteira ao palanque. O público que foi ao desfile não viu a presidente, e a presidente temia o público.
Aqui em Cuiabá, como de hábito (inaugurado em 2004), o governador mandou o vice representá-lo. Ausência quase total dos secretários do Estado e demais autoridades.
O prefeito municipal em exercício, como nos anos anteriores, mandou uma funcionária representá-lo na nossa festa cívica maior. 
Pelo andar da carruagem, a tendência é desaparecer esse desfile de 7 de setembro, que um dia pertenceu ao calendário de eventos cívicos da ex-Cidade Verde.
Na verdade, não temos muito a comemorar. Não conseguimos ainda nos livrar do mal que herdamos dos nossos colonizadores - a corrupção.
Estamos em pleno mês de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do maior roubo do dinheiro público realizado neste país pelos nossos governantes.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pela sua Corregedoria, diz haver bandidos escondidos atrás das togas no Judiciário do Brasil.
Não temos: educação de qualidade, saúde para todos, segurança, cuidado com as crianças e idosos. O nosso meio ambiente continua sendo agredido pela sanha dos capitalistas irresponsáveis e egoístas.
A autoestima da nossa gente está no fundo do poço, e a nossa anestesia é o carnaval dos ricos.
Perdemos até a alegria do futebol, que só consegue resultados positivos da China, quando enfrentam operários chineses.
Diante deste Brasil, que continua dependente dos países que detém o conhecimento e a tecnologia, não temos muito a comemorar.
Que esta modesta manifestação popular sirva de alerta aos nossos governantes, tão preocupados com os seus próprios umbigos.
O Brasil precisa ser independente da herança recebida e das mutações sofridas através dos anos, para ser aceito pelas nações civilizadas.

Gabriel Novis Neves
11-09-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.