No
dia 7 de setembro comemoramos a data máxima da nação brasileira - a sua
Independência de Portugal.
Passados
os anos, e recordando a história das margens do Rio Ipiranga, com o Imperador
rumo à cidade de Santos para encontrar com a sua Domitila, surge a pergunta:
Independência de quê e de quem?
Os
jornais nos informam que no desfile cívico-militar em Brasília, a presidente da
República foi fortemente blindada pelo serviço de segurança para evitar que a
primeira mandatária deste país sentisse de perto o desconforto dos protestos de
servidores públicos em greve.
A
presidente, inclusive, pediu para reduzir o tempo do desfile, e demonstrou
aborrecimento por ter que ficar tanto tempo exposta, correndo o risco de ser
vaiada ou incomodada com os cartazes do mensalão.
A
população ficou distante do palanque presidencial, onde a segurança foi
reforçada.
Tapumes
foram colocados em toda a parte fronteira ao palanque. O público que foi ao
desfile não viu a presidente, e a presidente temia o público.
Aqui
em Cuiabá, como de hábito (inaugurado em 2004), o governador mandou o vice
representá-lo. Ausência quase total dos secretários do Estado e demais
autoridades.
O
prefeito municipal em exercício, como nos anos anteriores, mandou uma
funcionária representá-lo na nossa festa cívica maior.
Pelo
andar da carruagem, a tendência é desaparecer esse desfile de 7 de setembro,
que um dia pertenceu ao calendário de eventos cívicos da ex-Cidade Verde.
Na
verdade, não temos muito a comemorar. Não conseguimos ainda nos livrar do mal
que herdamos dos nossos colonizadores - a corrupção.
Estamos
em pleno mês de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do maior roubo do
dinheiro público realizado neste país pelos nossos governantes.
O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pela sua Corregedoria, diz haver bandidos
escondidos atrás das togas no Judiciário do Brasil.
Não
temos: educação de qualidade, saúde para todos, segurança, cuidado com as
crianças e idosos. O nosso meio ambiente continua sendo agredido pela sanha dos
capitalistas irresponsáveis e egoístas.
A
autoestima da nossa gente está no fundo do poço, e a nossa anestesia é o
carnaval dos ricos.
Perdemos
até a alegria do futebol, que só consegue resultados positivos da China, quando
enfrentam operários chineses.
Diante
deste Brasil, que continua dependente dos países que detém o conhecimento e a
tecnologia, não temos muito a comemorar.
Que
esta modesta manifestação popular sirva de alerta aos nossos governantes, tão
preocupados com os seus próprios umbigos.
O
Brasil precisa ser independente da herança recebida e das mutações sofridas
através dos anos, para ser aceito pelas nações civilizadas.
Gabriel Novis Neves
11-09-2012
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