Acontecem
coisas em Mato Grosso que até Deus duvida. A última delas é que conseguimos
passar a perna no governo federal com relação à parte das nossas dívidas.
Antes,
nunca ninguém neste país tinha pensado nessa possibilidade.
Pois
bem. O nosso governador foi aos Estados Unidos, contraiu novo empréstimo em
dólares, pagou o restante de um pacote de dívidas ao governo federal, e ainda
ficou com direito a dois anos de carência para começar o pagamento ao banco
americano.
Nesse
período, terá o caixa do tesouro do Estado engordado com o dinheiro do
empréstimo que iria pagar e, o mais importante é que, quando voltar a pagar a
dívida ao banco americano, ele não será mais governador.
Esse
dinheiro, com certeza, será investido em obras políticas para pavimentar a sua
eleição para o Senado Federal.
Julgo
ser um risco contrair dívidas em dólares em um momento de crise mundial e
eleições americanas.
Banqueiros
não costumam entrar em disputa de bola dividida. Sempre lucram e trabalham com
informações privilegiadas.
É
mais fácil dar trambique no governo federal do que em banco estrangeiro.
Sabemos
pela imprensa que o nosso governo vendeu dívidas que tínhamos com juros altos
para o banco.
Com
certeza, garantias foram dadas para esta transação, só não temos ideia de
quais. O governo brasileiro e o Senado Federal estão cientes do negócio e
autorizaram o empréstimo bancário.
O
nosso governo demonstrou esperteza nessa chamada renegociação da dívida.
Conseguimos
juros mais baixos que os cobrados pelo nosso governo federal com um, porém: a
dívida foi dolarizada.
Como
o dólar é o dobro do real, não entendi essa história de abatimento.
Diariamente,
através da imprensa ficamos sabendo dos bons negócios que o governo estadual
realiza com bancos internacionais e nacionais, não contando com os recursos
federais que tem aportado com abundância no tesouro do Estado.
Ando
desconfiado que esses sucessos financeiros servem apenas para justificar as
caríssimas viagens internacionais.
Na
prática o que vemos são sinais de falta de dinheiro.
Falta
financiamento para a saúde pública, repercutindo no repasse de recursos para os
municípios mato-grossenses.
O
plano de saúde dos servidores do Estado faliu, deixando cerca de cinquenta mil
famílias sem cobertura do MTSaúde, e inúmeros prestadores de serviços sem
receber o que tinham direito.
Após
licitação, as obras do VLT foram suspensas pela Justiça Federal, sob a alegação
de irregularidades no contrato.
As
obras do puxadinho do aeroporto estão paralisadas por ordem do governo federal
até segunda ordem.
O
Verdão trabalha por etapas por falta de pagamento das medições.
A
Avenida Miguel Sutil está toda esburacada, aguardando concretagem, o que não é
feito por falta de pagamentos.
Enfim,
não sou economista, tampouco político para traduzir essas espertezas.
Gabriel Novis Neves
19-09-2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.